Após reincluir grávidas e puérperas – mulheres no período pós-parto de 45 dias – entre os grupos prioritários para receber a vacina contra a Covid-19, o Ministério da Saúde alertou que o procedimento deve ser feito com os imunizantes da Pfizer (ComiRNAty) ou da Sinovac/Butantan (CoronaVac e ButanVac). “Os imunizantes que podem ser utilizados em mulheres grávidas são os da Pfizer e da Coronavac. AstraZeneca e Jansem não”, declarou o ministro Marcelo Queiroga.
A exceção à recomendação ministerial é para as grávidas e puérperas que já tenham recebido uma primeira dose da vacina da AstraZeneca. Nestes casos, o ciclo vacinal deve ser completado com a aplicação da segunda dose com o imunizante do mesmo fabricante. “Para as grávidas que tomaram a AstraZeneca, a orientação é a mesma: que após o puerpério seja feita a imunização com a mesma vacina e, com isso, completada a imunização”, disse o ministro, assegurando que, nestes casos, a Vigilância Sanitária será reforçada de forma a “monitorar a possibilidade de eventos tardios que, embora raros, podem acontecer”.
O ministério já tinha incluído grávidas e puérperas no PNI (Programa Nacional de Vacinação) no fim de abril deste ano, mas, em maio, a pasta recomendou a suspensão temporária da vacinação de gestantes sem comorbidades depois da morte de uma mulher que havia recebido uma dose da AstraZeneca, no Rio de Janeiro. Na ocasião, o ministério anunciou que acompanharia todas as gestantes que tinham sido vacinadas a fim de verificar as reações aos imunizantes.
“Temos que pesar o risco benefício. Principalmente com a nova variante, a epidemia da Covid-19 afetou as grávidas. Tanto que a letalidade (da doença) entre elas está em torno de 10%, enquanto entre a população geral é menor que 2%. Portanto, ao avaliarmos o custo benefício (de aplicar o imunizante), não há nenhuma discussão: é muito favorável o uso das vacinas nas grávidas de forma geral”, disse o secretário nacional de Atenção Primária à Saúde, Raphael Câmara.
INTERCAMBIALIDADE
O ministério desautorizou a combinação de vacinas, a chamada intercambialidade – estratégia já adotada por alguns municípios, que, em alguns casos, aplicaram a primeira dose de uma vacina para, em seguida, utilizar, na mesma pessoa, o imunizante de outro fabricante. Segundo Queiroga, ainda não há nenhuma comprovação médico-científica que valide a prática da intercambialidade, que não é recomendada em nenhum caso. (Agência Brasil)
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