As commodities mais importantes na exportação brasileira – grãos, carnes e café – tiveram altas expressivas no primeiro semestre de 2021, em relação a igual período do ano passado, segundo análise do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Produtos como soja (78%), milho (77%) e algodão (75%) chegaram a ter aumento acima de 70% no mercado interno, ou seja, nos valores em reais. Arroz (55%) e trigo (40%) também tiveram avanço significativo.

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Em relação aos preços internacionais (em dólares), somente o arroz apresentou queda, de 11%. Os demais produtos apresentaram alta: soja (65,9%), milho (72,3%), trigo (24,4%), algodão (38,1%), boi gordo (18,3%), porco magro (65,3%), carne de frango (24,2%). “A alta observada nos grãos deve impactar os custos de produção da pecuária, o que pode influenciar negativamente a oferta dessas commodities e das proteínas animais no país”, considerou a pesquisadora associada do Ipea, Ana Cecília Kreter.

O farelo de soja e o milho viram ração para bovinos e aves. “As altas de preços agropecuários no Brasil resultaram de uma combinação de fatores como a crise hidrológica, as significativas altas de preços internacionais e desvalorização cambial”, avaliou o diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, José Ronaldo Castro de Souza Júnior, um dos autores da nota.

Os preços do principal produto do agronegócio brasileiro, a soja, seguiram em alta no país impulsionados pela valorização dos prêmios de exportação e pela manutenção da alta demanda externa pelo produto. A confirmação da quebra de safra na Argentina e os baixos estoques brasileiro e norte-americano elevaram o preço em 1,9% no segundo trimestre deste ano em comparação com o trimestre anterior.

O preço do milho fechou o segundo trimestre de 2021 com alta de 11,9% frente ao primeiro trimestre deste ano, impulsionado pelos baixos estoques e pelo comprometimento de parte das lavouras, que tiveram a produtividade prejudicada pelas questões climáticas. O consumo doméstico na safra 2020/21 deve ser impactado pela baixa esperada na oferta em decorrência da queda na produção e na produtividade do milho.

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