Uma das empresas consideradas orgulho de Itapira, o Laboratório Cristália, que completará 50 anos em março de 2022, foi eleito a melhor indústria farmacêutica do Brasil na versão 2021 do Prêmio Valor 1000, principal anuário de negócios do país. A divulgação do resultado ocorreu na noite de quarta-feira, 29, quando o presidente do grupo, Ricardo Pacheco, participou de evento online. O levantamento para a escolha da melhor e mais rentável empresa do país foi feito através da pesquisa intitulada “Valor 1000: As 1000 Maiores Empresas”, ranking organizado pelo grupo do jornal Valor Econômico, em parceria com a Serasa Experian e a Fundação Getúlio Vargas.

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A conquista do primeiro lugar na 21ª edição do prêmio foi possível após a visibilidade do Laboratório Cristália crescer ainda mais depois da pandemia da Covid-19, quando passou a fabricar medicamentos para combater a doença, principalmente o chamado “kit intubação”, composto por analgésicos para intubação de pacientes com coronavírus. A produção nas três unidades da empresa (Itapira, Pouso Alegre-MG e São Paulo) saltou de quatro milhões de doses ao mês para 19 milhões e serviu a todo país. Isso fez com que o quadro de colaboradores aumentasse, passando a produção a funcionar em três turnos de segunda a segunda, 24 horas ao dia, 30 dias ao mês.

Para o cofundador do grupo, Ogari de Castro Pacheco, a conquista não era esperada, pois a pesquisa reúne mil empresas de todo o Brasil. “Felizmente fomos premiados como a melhor empresa do setor farmacêutico do Brasil. Vejo isso como fruto de um trabalho detalhado e entendo que o Cristália é uma empresa diferenciada”, frisou Pacheco, citando que o Cristália se preparou e correu atrás de mostrar que tinha condições de procurar amenizar a angústia do povo brasileiro em relação à doença.

Isso em virtude de que o Brasil, para produzir a vacina, teria de adquirir o IFA (Insumo Farmacêutico Ativo), que é importado – os maiores produtores são China e Índia -, o que demandaria tempo. E diante da doença que se alastrava no início do ano passado, o Cristália, que hoje já produz 60% dos IFAs que utiliza em seus próprios medicamentos, enquanto o Brasil importa 95%, pôde atender o aumento da demanda para fabricação dos medicamentos utilizados nas UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) dos 5 mil hospitais brasileiros atendidos pela empresa.

Devido à expansão dos produtos, o Cristália foi agraciado com o título de melhor Indústria Farmacêutica do País, pois colaborou, e muito, na salvação de milhares de vidas. “Eu me orgulho, muito, pois o Cristália colaborou para o tratamento da doença. Se não tivéssemos determinação de produzir os medicamentos, não sei quanto mais óbitos teriam ocorrido no Brasil”, comentou Pacheco, que disse que a “batalha” não foi fácil, uma vez que a empresa adquiriu equipamentos da Alemanha e os técnicos dificultaram em se deslocar ao Brasil para colocar os equipamentos em funcionamento. Isso devido à pandemia, evidente.

O cofundador do Laboratório Cristália informou, na oportunidade, que outra unidade vem sendo construída em Montes Claros-MG. Para Ogari Pacheco, lidar com a pandemia foi o maior desafio de sua vida, como profissional da saúde e empresário do setor de medicamentos. “Há cerca de um ano, havia insegurança e o receio do que poderia acontecer com a empresa, diante da pandemia e se eu tivesse que me afastar. Tive de passar por uma cirurgia, contrai Covid no hospital e fiquei três meses internado e seis meses fazendo tratamento em casa. Felizmente a empresa não parou e foi premiada”, completa o empresário, que não deixou de citar o filho, Ricardo, que assumiu as funções do pai e, hoje, é seu “braço direito” na condução dos trabalhos.

FUTURO

Em relação à pandemia, Ogari Pacheco disse que a mesma vai acabar, mas não até o próximo ano. “Ela vai declinando devagar, mas vai acabar”, frisou. E quando isso ocorrer, o cofundador do Laboratório Cristália salientou que não irá cessar a produção dos anestésicos, principalmente o IFA. A intenção é exportá-los, principalmente para a América Latina, chegando ao México, através da filial situada na Argentina. No pensamento positivo e na competência de Pacheco, certamente os empregos de milhares de pessoas serão mantidos. Ogari Pacheco é favorável à vacinação. “Eu, como médico, não posso ir contra a ciência. Se tem a vacina, por que não vacinar? Mesmo assim, temos de tomar todo o cuidado”, completou.

O anuário Valor 1000 reúne informações completas sobre as 1.000 maiores empresas do Brasil e das 50 maiores companhias por região. É uma fonte de consulta e análise entre executivos, líderes empresariais, governamentais, bancos e empreendedores. Foram premiadas as melhores empresas em 29 setores de atuação, além de apresentar o ranking das 1000 maiores companhias do Brasil. A classificação final leva em consideração a pontuação obtida pelo conjunto de oito indicadores: receita líquida, margem Ebitda, crescimento sustentável, rentabilidade do patrimônio líquido (PL), margem da atividade, liquidez corrente, giro do ativo e cobertura de juros.

Desde a fundação, em 1972, o Laboratório Cristália é referência em inovação, qualidade e tecnologia, que resultaram em 118 patentes no Brasil e no exterior. “A inovação está no nosso DNA há mais de 49 anos. Fazemos tudo com muita paixão, profissionalismo e dedicação. Alcançar o primeiro lugar em um ranking tão competitivo como este nos motiva a continuar o nosso trabalho e o nosso compromisso com a qualidade de vida das pessoas e o desenvolvimento do nosso país”, ressaltou Ricardo Pacheco, presidente do Laboratório Cristália, por ocasião da premiação.

Além do jornal Valor Econômico realizar pesquisa para conhecer as melhores empresas do setor no país, a revista Exame também realiza o mesmo trabalho. Porém, este ano ela abre espaço somente às firmas que mantêm capital na Bolsa e que divulgam balanços em nível nacional. O que impossibilita de o Cristália participar. Também na semana passada, foi criado na unidade 1, situada na rodovia Itapira/Lindóia, um Memorial contando a história dos 50 anos de Laboratório Cristália.

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