O violonista e compositor itapirense Maurício Guil prepara o lançamento do primeiro disco autoral. Batizado de ‘Solo Nascente’, o álbum traz 11 músicas que bebem na fonte de diferentes ritmos brasileiros e latino-americanos. Viabilizado com recursos obtidos do ProAC (Programa de Ação Cultural) da Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, o disco foi gravado entre maio e junho deste ano, com direção musical do também violonista e compositor Ulisses Rocha.

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O lançamento oficial acontece no final de janeiro de 2022, com uma série de shows em Itapira, Mogi Guaçu, Socorro e Campinas. Porém, o público já pode conhecer um pouco do material com a divulgação de uma das canções, ‘Valsa Americana’. O single está disponível nos canais do músico nas plataformas digitais de áudio Deezer e Spotify, além do videoclipe no YouTube, redes sociais oficiais no Facebook (www.facebook.com/mauriciorguil) e no Instagram (www.instagram.com/mauricioguil).

“Essa primeira música divulgada é uma composição que inicialmente seria inspirada na obra de Heitor Villa-Lobos, mas que acabou ganhando uma atmosfera que me recorda algo da música do paraguaio Agustin Barrios”, destaca Maurício Guil, que vem ganhando cada vez mais notoriedade com o trabalho autoral. Neste ano, por exemplo, ele foi o vencedor do concurso nacional ‘Samba & Violão’ promovido pela Yamaha Brasil.

O projeto autoral do artista é resultado da vivência e prática em relação à tradição do violão solo e do violão popular no Brasil e nas Américas. Gravado durante um dos picos da pandemia da Covid-19, ‘Solo Nascente’ ganhou caráter ainda mais intimista do que era esperado por se tratar de um álbum de composições para violão solo. “Muitas das composições já existiam antes do início do projeto, mas também surgiram outras durante o período da pandemia e que trazem uma experiência diferente de um músico popular que já não mais estava fazendo música em conjunto com outros músicos, como acontecia habitualmente antes da pandemia”, conta Guil.

ÁLBUM

Cada uma das composições de ‘Solo Nascente’ é dedicada ou inspirada por violonistas e compositores que, de forma direta ou indireta, contribuíram para a construção de uma leitura da música brasileira através do violão e que motivaram o artista a contribuir ativamente para essa tradição por meio de sua obra. Um dos grandes exemplos disso é ‘O Piano da Maria’, composta por Maurício Guil em homenagem à mãe, Maria Gorete, mas que foi totalmente inspirada pela obra de Ernesto Nazareth, compositor pelo qual mãe e filho nutrem igual admiração.

Além de Nazareth e Agustin Barrios, as demais composições presentes no álbum também rendem homenagens a Jacob do Bandolim, aos músicos Eduardo Pereira e Fernando Junqueira – que ao lado de Maurício Guil formam o Trio Macaxeira – e aos violonistas Marco Pereira, Ulisses Rocha, Guinga, João Bosco, Antônio Lauro, Paco de Lucía e Rafael Thomaz. “A cada uma dessas inspirações e homenagens é dado um ritmo, que vem muitas vezes na intenção de emular alguma característica composicional ou interpretativa dos músicos, outras vezes apenas buscando uma inspiração menos direta mais conectada com a ideia de representar afetos ou referências mais sutis”, destaca o autor.

Graduado em Música Popular pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Maurício Guil se apresenta desde 2013 na cena musical de Campinas e região, seja como músico acompanhante ou solista. Durante os anos de estudos, se apresentou em diversos recitais dedicados ao violão e também acompanhando outros músicos. Em 2015 participou do da décima sexta edição do FEIA (Festival do Instituto de Artes) com o recital ‘América Latina em 7 Cordas’, apresentando arranjos e adaptações de autoria própria de clássicos do cancioneiro latino-americano para o violão de sete cordas.

Foi monitor no XIV Festival Vale do Café em Vassouras-RJ, auxiliando os professores Ulisses Rocha e Turíbio Santos. Participou como músico acompanhante do 16º Prêmio Nabor Pires Camargo na cidade de Indaiatuba-SP ao lado do bandolinista André Ribeiro, em 2017. Foi finalista do 17º Prêmio Nabor Pires Camargo em 2018, interpretando dois arranjos autorais. No mesmo ano teve duas composições autorais premiadas pelo 1º Prêmio MAIA de Música Autoral.

Além do Trio Macaxeira, Maurício Guil também integra o conjunto Regional da Vila, grupo formado com a configuração tradicional de um regional de choro, pelo qual também desenvolveu um programa de rádio intitulado ‘Caminhos do Choro’, em parceria com a Web Rádio RTV-Unicamp. Em 2020, com o Trio Macaxeira, participou do Festival Cultuar, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da Unicamp. Atualmente é aluno do Mestrado em Performance Musical e Estudos Instrumentais na Unicamp.

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