Três integrantes do Grupamento de Bombeiros Voluntários de Itapira estão atuando no município de Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, para dar apoio e ajudar as vítimas da tragédia ocorrida em 15 de fevereiro que, até segunda (21), acumula 178 mortes e mais de 100 desaparecidos.

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Os bombeiros chegaram à região serrana do Rio por volta da 15h30. O recrutamento de voluntários teve início com a Defesa Civil do município carioca que, em contato com a corporação de São Paulo, foi reunindo os agentes. Ao todo, 40 profissionais de São Paulo se deslocaram para Petrópolis. “Sabemos o que vamos enfrentar mas, é um cenário que varia muito devido às chuvas e o risco de ocorrer novos deslizamentos é grande. No caminho (para Petrópolis) pegamos chuva em diversos trechos”, comentou Rômulo Cruz, Sub Comandante do Grupamento de Bombeiros Voluntários de Itapira.

Além de Rômulo, também se voluntariaram os bombeiros Israel Filibino e Jeferson Onório. Eles irão atuar na linha de frente para auxiliar as famílias e a procurar desaparecidos no que foi classificado como a maior catástrofe enfrentada pelo município, superando fato ocorrido em 1988, também causado por fortes chuvas e deslizamentos de terra.

Segundo o Sub Comandante, inicialmente, eles irão permanecer na região durante 7 dias mas tudo depende da necessidade e coordenação da operação no local, portanto, os três itapirenses poderão contribuir com o trabalho voluntário por muito mais tempo. “Estamos indo para ajudar tanto no emocional como no físico. Somos bombeiros e iremos fazer valer o nosso lema: Vida por Vidas”, disse Cruz em conversa com a reportagem do Tribuna de Itapira, poucos momentos antes de chegar à região do desastre. “Estamos bem longe, mas esse é o topo que podemos alcançar no trabalho voluntário”, concluiu.

A TRAGÉDIA

Na terça-feira (15), choveu em apenas quatro horas, o que era previsto para todo o mês de fevereiro. Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), foi a maior chuva da história do município. O acumulado pluviométrico em 6 horas chegou a 259.8mm em algumas regiões.

O temporal que culminou na tragédia deixou ruas do centro histórico de Petrópolis e de outros bairros alagadas. Imagens fortes e impressionantes circularam nas redes sociais. A região serrana do estado, onde se localiza Petrópolis, viveu outras tragédias nas últimas décadas. Em 1988 e em 2011, temporais também causaram um grande número de mortes.

Dessa vez, um dos pontos mais impactados na cidade foi o Morro da Oficina, no Alto da Serra. Houve um grande deslizamento de terra no local, que fica próximo à Rua Tereza, conhecida área comercial do município perto do centro histórico. A prefeitura estima que cerca de 80 casas tenham sido soterradas. O Plano Municipal de Redução de Risco (PMRR) elaborado e divulgado em 2017 indicava que mais de 15 mil residências no primeiro distrito de Petrópolis estavam em áreas de risco alto e muito alto para deslizamentos de terra. Foi justamente esta a região mais impactada pelas chuvas

Os bairros mais atingidos foram Quitandinha, Alto da Serra, Castelânea, Centro, Coronel Veiga, Duarte da Silveira, Floresta, Caxambu e Chácara Flora. Segundo a Defesa Civil municipal, todas as 18 sirenes de alerta situadas próximas às áreas de risco foram acionadas. A Prefeitura decretou estado de calamidade pública e informou que as equipes dos hospitais foram reforçadas para o atendimento de vítimas.

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