Iniciadas em setembro e com prazo de execução contratado em 90 dias, as reformas no prédio onde funciona a Casa da Agricultura (esquina da Francisco de Paula Moreira Barbosa com Padre Ferraz) entraram na alça de mira dos ambientalistas da cidade por causa da alega necessidade da supressão de três árvores.
Duas da espécie melaleuca, que estavam plantadas junta a fachada da rua Francisco de Paula Moreira Barbosa, foram retiradas no começo da semana quando o muro do imóvel começou a ser demolido. Uma fonte da construtora que realiza a obra disse que o corte foi necessário devido a um suposto risco de queda das duas árvores.
O corte da terceira, uma árvore nativa, da espécie guanandi, acabou sendo decidido nesta sexta-feira, depois de tratativas realizadas entre a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente (SAMA) e a coordenação geral do Cati (Coordenadoria Técnica de Assistência Integral), a representação regional da Secretaria Estadual de Agricultura, localizada em Mogi Mirim.
O biólogo Anderson Martelli, gerente da SAMA, cuidou pessoalmente do assunto com as autoridades do governo estadual. Ele afirmou que ficou acertado que o órgão faria um termo de compensação doando para o município 50 mudas de árvores nativas.
Antes dele, Técnico em Meio Ambiente Fábio Giovelli, aquele que é responsável pela análise e emissão de laudos de supressão de corte de árvores em nível da SAMA, havia se ocupado do assunto, tratando do caso – antes do início das reformas – com o Engenheiro Chefe da Casa da Agricultura, Ivo Peres Marques Faria. Faria requisitou a intervenção de Fábio Giovelli depois que teve conhecimento de uma recomendação de corte feita pelo engenheiro contratada para elaborar o projeto de reforma.
“Do ponto de vista pessoal, não concordei com o corte, pois entendo que o projeto poderia perfeitamente harmonizar as necessidades da reforma com a preservação das árvores”, disse Ivo Faria ao TRIBUNA. Ele revelou ainda que ficou contrariado quando soube a respeito do corte das duas melaleucas, espécies, segundo ele “Raras e com propriedades medicinais” e que estavam plantadas no local, segundo ele, há muito tempo. Sobre o guanandi, estimou que ela deva ter pelo menos 80 anos de idade e acredita que já estava plantada no local muito antes da construção do edifício da Casa da Agricultura, que data do final da década de 1960.
Mudança
Giovelli disse que em princípio, discordou da necessidade de corte da árvore. Mudou seu entendimento nesta semana depois que parte das raízes ficaram expostas após o trabalho de derrubada dos muros. “Fica difícil prever o grau de comprometimento causado pela agressão às raízes. Poderia emitir um parecer favorável para a preservação da árvore, mas se lá na frente algo ocorrer e ela cair, serei responsabilizado”, desabafou.
Anderson Martelli disse ainda que durante a vistoria que realizou no prédio na manhã de sexta-feira,16, foi mostrado como as raízes da árvore já penetravam nas paredes. Um representante da empresa que executa as obras disse que além dos problemas apontados, a árvore impedia a construção de uma rampa de acesso para cadeirantes.
Ainda conforme o TRIBUNA apurou, o corte estaria programado para ser feito ainda na tarde de sexta-feira. Até o fechamento desta edição, no entanto, nenhuma movimentação neste sentido havia sido notada.
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