O fim de ano é sempre celebrado por ser aquela época das festas, confraternizações e férias, pelo menos para a maioria das pessoas. Existem profissionais que, não importa o dia, estão cumprindo suas funções e reforçando a importância de suas profissões. Hoje, véspera de Natal, não será diferente. Muitas pessoas não estarão junto com suas famílias, mas se dedicando em cumprir suas obrigações perante as carreiras que escolheram para a vida.
O Tribuna de Itapira foi em busca desses profissionais para saber como que é trabalhar nesta data especial. A reportagem conversou com trabalhadores da área da saúde, segurança, transporte e monitoramento. Apesar de todos os percalços, o profissionalismo desses trabalhadores está a “flor da pele” e cada um sabe que muitas pessoas dependem que eles estejam de prontidão para situações adversas que podem ocorrer sem prévio aviso.
SAÚDE
Em uma situação de emergência e socorro, seja em um acidente de trânsito ou alguém que tenha um mal súbito durante a ceia do Natal, a equipe do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) vai estar de prontidão para prestar socorro. Durante esta véspera de Natal e até às 7h00 de amanhã, dia 25, os profissionais Fábio Aparecido Negre, Lusia Eugênio de Souza Fonseca e Renato Aparecido Adão Júnior estarão atuando na base da corporação em Itapira e com duas viaturas para atendimento à disposição.
Fábio Negre, 50, é técnico de enfermagem e já atua há nove anos no SAMU. Para ele, não estar presente com a família não é fácil, mas já são anos na profissão e o objetivo é sempre fazer o melhor. “Não é fácil, você vê todo mundo organizando as festas, se reunindo e a gente tem que trabalhar. As pessoas já falam “vai ter que trabalhar?”. Todo mundo acaba se acostumando, mas não é fácil. Fazem 25 anos que atuo na saúde, metade da minha vida, então sempre foi assim, Natal e Ano Novo não é sempre que estou presente. Tenho um filho de 13 anos, então ele já está até acostumado, nasceu comigo atuando Saio de casa deixando as coisas bem e pensando em fazer o melhor, isso é importante. Não passa com a família mas está com os colegas de trabalho, nossa segunda família”, explicou Negre.
Apesar de ser uma data mais calma em relação à virada de ano, a expectativa fica por conta de um acidente de trânsito ou um mal súbito. “Itapira, apesar de ter menos habitantes do que Mogi Mirim e Guaçu, tem mais ocorrências de acidentes, mas no natal é mais tranquilo, as vezes ocorre de um mal subido, exagero na ceia ou muita bebida”, disse. “Já no dia 25 a gente se reúne, pega o resto da ceia, e o pouco tempo que tem com a família aproveitamos bem”, concluiu.
Renato Adão, 30, é condutor socorrista, está há oito anos no SAMU e já atuou bastante durante as festas de fim de ano. “Durante os quatro primeiros anos de trabalho era Natal e Ano Novo direto, depois que comecei a intercalar as datas. O Natal é mais tranquilo, sem muita intercorrência, é mais um atendimento familiar. Tenho o entendimento da família sobre o trabalho, é chato, mas não tem muito cobrança. Fazemos algo diferente entre nós da equipe, comemos todos juntos. No dia 25 já reúno com meus pais e agente aproveita a família”, comentou.
Lusia Fonseca, 46, é enfermeira e já atua há quatro anos no SAMU e há 20 na área da saúde. Ela contou que não se importa de trabalhar no Natal, já está acostumada. “Pra mim é muito tranquilo trabalhar no dia de Natal, o ruim é estar longe da família pois todos estão reunidos, mas normalmente no dia seguinte estamos de folga e passamos o dia com todos. Minha família fica bastante triste quando não estou presente nas festas de fim de ano ou qualquer feriado porém, como já sou formada há 20 anos na área da saúde já estão acostumados com minha ausência”, disse.
SEGURANÇA
Outra corporação que estará presente nas ruas de Itapira será a Guarda Civil Municipal. A equipe estará composta por 12 agentes que estarão preparados para qualquer ocorrência durante a véspera de Natal. O encarregado de equipe será o GCM Ronaldo dos Santos Vitório, 43, com experiência de duas décadas de atuação pela Guarda.
Para Vitório, o compromisso com o trabalho faz parte de uma vocação. “Eu fico honrado. Agradeço por ter saúde e poder auxiliar o pessoal na rua. Feliz por estar trabalhando e pronto para servir. No dia 25 reunimos com a família e está tudo certo”. Ele ainda comentou que devido ao tipo de trabalho não existe a possibilidade da equipe se reunir e jantar junto. “Temos as escalas das guarnições. Sempre tem que ter uma viatura na rua para atender a qualquer ocorrência”.
Segundo o GCM a expectativa é de uma noite tranquila. “O Natal é bem mais tranquilo que o Ano Novo. As pessoas respeitam mais, na maioria são reuniões familiares. Mas sempre tem alguma ocorrência pela cidade”.
TRANSPORTE
A necessidade das pessoas se locomoverem é inevitável, mesmo em véspera de Natal. Muitas não dirigem, não tem carro e tem a necessidade de se deslocar para ir até uma confraternização e festa familiar. Para isso, o serviço de Taxi é muito solicitado, muito mais do que as pessoas imaginam, e os motoristas, além de estarem à disposição, contam com uma agenda lotada e reservas feitas com antecedência.
Esse é o caso do taxista Guilherme Brusasco, 36, há dez anos atuando no ramo. “Sempre trabalhei nas principais datas festivas. Essa data da véspera de Natal é mais especifica, por que as pessoas tem os compromissos tudo marcado. Elas combinam comigo antecipadamente para determinado horário. Muitas vezes, a pessoa sai à noite do trabalho, vai se arruamr e depois precisa se deslocar para uma confraternização. No Natal acontece muito dessas corridas agendadas, durante a semana já me ligam se eu estou disponível”, contou.
Segundo Brusasco, as corridas ocorrem também durante a madrugada. “Não tem como calcular a quantidade de corridas, depende do tempo que estou livre devido à demanda. Por exemplo, uma viagem fora da cidade, vai demorar mais. Depois da ceia acontece o inverso. Hoje existe muita preocupação em beber e dirigir, então quem vai com o taxi volta com o taxi. Temos uma pausa entre 23h30 e 2h e depois voltam as ligações novamente, da pessoa que está na festinha e quer ir embora”.
Para o taxista, mesmo com o trabalho, a família também tem seu momento. “Em casa é tranquilo, todos se acostumam. Não deixo de ter a preocupação de estar presente com a família à meia noite, dou valor a isso, mas também é meu trabalho, eu gosto do que estou fazendo e a família entende, até porque é meu sustento. Tenho o meu momento com a família mas também com o trabalho”, concluiu.
MONITORAMENTO
Muitas residências e empresa contratam serviços de segurança particular. Essa equipe do monitoramento fica 24 horas por dia vendo imagens das câmeras de segurança e atentos para qualquer aviso de alarme disparado. Nesta véspera de natal não será diferente para que as pessoas que estejam na casa de parentes ou viajando possam passar o Natal de maneira mais tranquila.
Carlos Rafael da Silva, 39, atua no ramo há oito anos e trabalha atualmente na Alarm Monitoramento. Em seu caso, o trabalho durante as festas de final de ano já virou rotina. Ele estará no monitoramento tanto no Natal como no Ano Novo. “Todo ano eu trabalho na véspera de Natal e Ano Novo. Pra mim é de boa, eu sempre pego o serviço. Eu tenho parentes, mas meus pais são separados há muitos anos, então acaba que a família não é muito unida. No caso do Ano Novo, antigamente, eu curtia mais, mas hoje eu não ligo. Se tem festa e for convidado eu vou, mas se tiver que ir trabalhar vou no trabalho. Acabo comprando uma janta diferente para comer com meu parceiro de equipe mas, se algum alarme tocar, paramos na hora, primeiro vem o cliente”, explicou.
Silva reforçou que está época é um período difícil em relação à segurança devido a questão das famosas “saidinhas” dos presos. “A expectativa é de uma madrugada tranquila. Mas todas as datas que tem a saidinha da cadeia são os períodos que ficamos mais preocupados. Quem sai da cadeia tem o costume de ir para outras cidades e nessa época vemos muitas pessoas diferentes aqui em Itapira. Temos que ficar mais atentos, o risco aumenta, já aconteceu de ocorrer roubos em na véspera do Natal”, disse.
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