O auxiliar administrativo Renato Rodrigues Prado, 41, o Renatão, tem um encontro marcado a cada final de ano com seu alter-ego, o personagem Papai Noel, o mais lembrado durante aquela representação natalina que tem como pano de fundo a necessidade de presentear as pessoas.
Conforme explicou para o TRIBUNA DE ITAPIRA, trata-se de um encantamento que o acompanha desde muito cedo. “Quando eu era criança, já era fixado no Papai Noel. Esse encantamento tem me acompanhado a vida toda”, disse. A afeição ao “bom velhinho” fez com que se imaginasse vestindo a famosa roupa vermelha, o cinturão, o gorro e a barba postiça.
A primeira oportunidade de se ver na pele de Papi Noel ocorreu em 2006, em Jacutinga, cidade natal do pai, o saudoso José Roberto Prado. “Teve um evento benemerente para crianças carentes e faltou o Papai Noel. Acabei sendo convidado e aceitei. Pelo jeito deu tudo certo, porque ninguém reclamou”, diverte-se Renatão.
O que era hobby e objeto de admiração, se transformou na oportunidade de engrossar a renda mensal a partir de 2018. A loja Bazar Tropé, do casal Zélia e Carlinhos Ceretto, famosa por vender brinquedos, o contratou para ser seu Papai Noel. “Ele tem se saído muito bem. Possui um carisma natural. As crianças gostam dele”, elogiou Zélia.
A agenda de Renatão para o sábado, véspera de Natal, lhe reservou a tarefa em entregar os presentes da loja, indo de casa em casa, fazendo a alegria das crianças cujos pais fizeram sua encomenda na loja. Ele se recorda que nos anos anteriores (2018 e 2019) –antes da pandemia – já tinha cumprido este mesmo ritual e considera que fez sua parte direitinho. “Cansativo, mas muito legal”, comemorou.
Convites
A popularidade de que desfruta na cidade, fez com que seja lembrado diversas vezes para ações pontuais como o bom velhinho, principalmente com pegada social. No domingo passado, por exemplo, atendeu a um pedido formulado por um casal amigo, que fez uma cerimônia de entrega de brinquedos para crianças da rua China, no Jardim Raquel. “Fiquei a tarde toda lá. Gostei muito”, acrescentou.
Sua última participação neste ano será um compromisso familiar, na casa do irmão Rafael, onde segundo ele, estarão presentes 3 sobrinhos e uma sobrinha, que disse adorar “de paixão”. “Procuro ser o mais legal possível com eles, aliás, como ajo com as demais crianças”, reiterou.
Renato revela ainda que já se viu em situações embaraçosas no contato com as crianças. “Recentemente uma delas me pediu um I Phone 15 de presente. Foi difícil explicar que não ia rolar”, ilustrou. Mas existem situações piores, conforme seu relato: “Uma vez uma criança me disse que queria uma cesta básica, porque na casa dela não tinha comida. Aquilo me cortou o coração”, completou.
Fotos Paulo Bellini
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