A Ascorsi (Associação de Coletores de Resíduos Sólidos de Itapira) retirou ao longo dos 12 meses do ano passado 486 toneladas de lixo reciclável das ruas de Itapira, das quais 474 foram comercializadas pela associação, gerando uma arrecadação de R$ 436.304,81, montante repassado totalmente aos colaboradores ao longo de 2022.

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A coleta do material reciclável vem sofrendo queda nos últimos anos. Em 2020, foram 750 toneladas recolhidas, quantidade que reduziu em 26,4% no ano de 2021, quando foram coletados 551 toneladas. Com as 486 toneladas ano passado, foi mais uma queda de cerca de 11,3%. Segundo relatou a educadora ambiental, Brenda Brianti, que integra a equipe da Ascorsi, mesmo com a queda, o objetivo principal da associação é dar um destino correto aos materiais recicláveis.

“As expectativas eram maiores referente a quantidade de material coletado. Temos a capacidade para coletar até 120 toneladas por mês, que é aproximadamente o que o nosso município gera e coletamos em média, em 2022, 40 toneladas por mês. Nosso objetivo principal é proporcionar a destinação correta para a maior quantidade de resíduos possíveis”, disse Brenda.

Com a queda do volume coletado, consequentemente, o valor arrecadado com a revenda dos materiais também caiu. Comparando com 2021, foram R$ 118.443,54 a menos para o caixa da associação. Mesmo assim, o resultado foi considerado positivo, em vista que a Ascorsi promove a coleta seletiva de lixo reciclável em Itapira por meio da inclusão de pessoas em vulnerabilidade social, gerando trabalho e renda.

“Conseguimos realizar as comercializações do montante coletado e garantir uma renda digna para todos os associados, que é um dos objetivos do Projeto Coleta Seletiva Solidária. Porém, com a queda da quantidade do material coletado não conseguimos agregar novos, mantendo uma média de 25 pessoas associadas realizando os trabalhos”, comentou.

O Tribuna questionou Brenda sobre uma queda nos preços do comércio de recicláveis, o que poderia prejudicar a associação, em vista que, segundo apurado pela reportagem no final do ano passado, empresas de coleta e até catadores dos materiais do município estavam se queixando da desvalorização dos produtos e queda de renda.

“Não sentimos isso até então. No início do ano os preços dos materiais costumam cair bastante, então estamos percebemos esse fato agora. Como vendemos em rede, várias cooperativas do interior de São Paulo vendem juntas e isso fortalece nossa comercialização em relação aos valores de revenda”, explicou.

TRABALHO

Segundo balanço divulgado pela Ascorsi, foram recicladas 241,7 toneladas de papel, o que poupa cerca de 7.253 árvores, 37,8 toneladas de metal, poupando 43 mil toneladas de minérios, 92 toneladas de plástico, evitando o consumo de 877 litros de petróleo, e 104,6 toneladas de vidro, economizando 136 toneladas de areia.

A prefeitura auxilia na manutenção do projeto. Lei aprovada na Câmara, no final do ano passado, prevê o repasse à entidade de até R$ 736.560,00 em 2023, um aumento de 10% quando comparado com o subsídio de 2022. Os valores devem ser repassados da seguinte maneira: R$ 600 mil na forma de subvenção social em 12 parcelas iguais além de R$ 69.600,00, referente ao custo anual do aluguel do prédio onde se encontram as instalações.

“Subsidio está dentro da nossa planilha orçamentária. Todo ano submetemos um projeto na Câmara com todos os custos para operação do galpão e atividades. Então foi aprovado esse novo reajuste, até porque todas as despesas aumentaram”, concluiu Brenda.

Brenda – avaliação positiva dos trabalhos – Paulo Bellini

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