A quarta-feira, 29, foi de “despedidas” para a equipe do departamento de controle de zoonoses da Secretaria de Saúde do município. De uma só vez, foram despachados tendo como destino ao Instituto Butantã em São Paulo, uma aranha armadeira, cinco cobras cascavel e quase 1.600 escorpiões amarelos, recolhidos nesta semana do Cemitério da Saudade.
Quem se deslocou de São Paulo até Itapira para cumprir a tétrica missão foi Maicon Lotz, de 30 anos, técnico de laboratório do famoso Instituto, acompanhado do motorista Antônio Luiz. Os dois foram recebidos na sede da Zoonoses (no Penhão) no período da manhã pelo médico-veterinário Rodrigo Silva Bertini, coordenador do órgão.
As cobras estavam acondicionadas em caixas de madeira, os escorpiões em embalagens plásticas apropriadas e a aranha em um recipiente também de plástico, devidamente tampado. Ela foi encontrada nesta semana em um dos bairros da cidade por um profissional que faz limpeza em residências. “Uma picada dela”, explicou Bertini, “Provoca dor intensa que se irradia por todo o corpo”.
Das cinco cascavéis – todas apanhadas na zona rural da cidade – a “mais antiga” estava guardada no local desde o dia 09 deste mês. Bertini explica que este tipo de ocorrência (captura de serpentes) “É mais comum do que parece”. Segundo ele todo mês são encaminhadas cobras para seu setor, que cuida do envio ao Butantã.
Jararaca
A reportagem do TRIBUNA quis saber se existem relatos de acidentes com os ofídios. Bertini respondeu que sim. Relatou que o caso mais recente ocorreu a cerca de 30 dias, quando uma pessoa na zona rural da cidade foi picada no dedo por uma jararaca. Ainda conforme descreveu, o socorro ocorreu de forma rápida e ele precisou ir pessoalmente até o local onde ocorreu o fato para investigar corretamente qual a cobra havia picado o rapaz. “Ele (a vítima) dizia que tinha sido uma cascavel e que tinha matado quando atacado, deixando a cobra na carroceria de uma caminhonete. Fui até o local, e constatei que se tratava de uma jararaca. Imediatamente comuniquei o hospital e a vítima foi medicada com o soro correto. Tomar um soro inadequado pode levar à morte”, explicou.
Bertini fez ainda questão de destacar que o Hospital Municipal de Itapira é referência na região para o tratamento com acidentes envolvendo animais peçonhentos. “É o que chamam de ponto estratégico e atende também cidades da região”, comentou. A Vigilância Epidemiológica (V.E) informou que existe um estoque de ampolas guardado permanentemente para os diversos casos envolvendo acidentes com animais peçonhentos, graças à parceria que o município mantém com o Instituto Butantã.
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