A manhã dessa segunda-feira, dia 12, foi de muita desinformação a respeito da crise do transporte coletivo urbano de passageiros, deflagrada na sexta-feira, dia 9, depois que a prefeitura revelou por intermédio de uma nota publicada em sua página oficial da Internet, que Mirage Transportes havia comunicado que deixaria de cumprir o contrato firmado a partir de 2019, com validade até 2032.

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Logo cedo, a incerteza tomava conta de muitos usuários do sistema. Algumas linhas não cumpriram horário. O casal Lírio Fernandes de Souza e Luciana Souza, que reside no Istor Luppi, contou para o TRIBUNA que esperaram em vão um ônibus que deveria passar pelo bairro, às 7h20, com destino à região central. “Havia diversas pessoas aguardando. De repente veio a informação de que ele (o ônibus) não iria passar. Chamamos um “uber””, relatou. Segundo a esposa, a corrida custou R$ 25,00.

Na Estação Rodoviária, usuários da linha Prados se queixaram que o ônibus das 6h40 não passou. Passageiros precisaram esperar pelo ônibus que faz a linha da Recreativa. Alguns se queixaram de que iriam chegar atrasados ao trabalho. A trabalhadora da área da saúde Ana Alice, que é colaboradora de um consultório médico na região central da cidade, disse que costumava pegar o ônibus dos Prados às 9h30 e que ele não passou hoje. Disse que se esperasse pela linha da Recreativa iria chegar atrasada.

No ponto da Praça Bernardino, era grande a movimentação de pessoas que aguardavam a chegada de diversas linhas. O condutor do carro que tinha Eleutério como destino afirmou que a movimentação era normal. Um outro que fazia a linha da Recreativa confirmou que o atendimento para a região dos Prados estava comprometido.

Alguns usuários aproveitaram a presença da reportagem para fazer cobranças com relação à falta de horários durante o dia no atendimento de diversas linhas. “Eu uso a linha do Figueiredo e o espaçamento entre um horário e outro é muito longo”, contou a aposentada Idalina Padilha Marques.

Reuniões

A assessoria de comunicação da prefeitura não trouxe nesta manhã nenhuma informação nova. Segundo o departamento, o vice-prefeito Mário da Fonseca estava em reunião com o departamento jurídico examinando o caso. Contudo, a expectativa era a de que até amanhã tudo estará solucionado. Foi informado ainda que a operação do sistema, ainda que de forma precário nesta manhã, foi resultado de um entendimento da prefeitura com a empresa, para que a população não seja prejudicada enquanto uma solução definitiva não é anunciada.

Boataria

O que não arrefeceu foi a boataria em torno de assunto. A apreensão de dois veículos, também nesta manhã, ao que tudo indica por ordem judicial, reforça a suspeita de que a Mirage Transportes vem sendo alvo de uma ação de credores, respaldada por decisão judicial. O TRIBUNA tentou falar com a empresa, mas a exemplo do que ocorreu no contato feito com a prefeitura, a informação era de que a direção estava “em reunião”.

O TRIBUNA conversou ainda com a direção do Sindicato dos Condutores de Mogi Guaçu e região. Uma fonte informou que já na sexta-feira, a entidade sindical havia sido alertada pelos próprios trabalhadores a respeito da situação e que na manhã desta segunda-feira, uma comitiva do Sindicato viria a Itapira para apurar os fatos com mais propriedade e garantir os direitos dos trabalhadores.

Ônibus foi flagrado sendo guinchado – possibilidade de ação judicial contra empresa – Paulo Bellini/Tribuna

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