A Secretaria Municipal de Promoção Social deflagrou desde quinta-feira, a operação “frente fria”, que consiste em convencer moradores de rua a buscarem abrigo durante as noites geladas no centro de acolhimento que a prefeitura inaugurou recentemente na Vila Ilze.

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Regina Ramil Marella, secretária de Promoção Social designou uma equipe especialmente constituída para cuidar da questão dos moradores em situação de rua. Além do atendimento presencial no centro de acolhimento, a equipe realiza durante o período noturno a chamada “busca ativa”, basicamente um trabalho de convencimento para que as pessoas nesta situação busquem o abrigo.

O resultado, no entanto, conforme descreveu a secretária, tem ficado muito aquém das expectativas. “A grande maioria prefere permanecer na rua”. Os motivos já são, segundo Regina, na maioria das vezes guarda relação com o abuso do álcool e do uso de sustâncias entorpecentes. A maioria prefere enfrentar o risco de permanecer ao relento em baixas temperaturas, do que abrir mão do consumo. Quando a recusa ocorre, a equipe cuida de deixar mais cobertores e agasalhos.

No centro do acolhimento, algumas exigências, como por exemplo, estender o horário de entrada, foram adotadas com a expectativa de que a procura aumentasse. Regina Ramil estima que cerca de 15 pessoas em situação de rua procuraram o atendimento nestes últimos dias, quando a sensação térmica era de temperatura abaixo dos cinco graus positivos. A procura, segundo entendimento da atual secretária, “ficou abaixo das expectativas”.

 O local foi remodelado a acolher até 25 pessoas de ambos os sexos, com disponibilidade até para deixar os animais de estimação. Ainda segundo estimativa da própria Secretaria de Promoção Social, na cidade existem pelo menos duas vezes mais moradores de rua, a grande maioria, pessoas já bastante conhecidas da equipe.

Irritação

A persistência das colaboradoras que realizam o trabalho de busca ativa não raramente acaba causando, segundo Regina Ramil, reações de indiferença e irritação nas pessoas abordadas. “Muitos se irritam com nossos colaboradores, pelo fato deles serem insistentes, passarem mais de uma vez nos locais onde estas pessoas costumam permanecer”, descreveu. Situação que segundo Regina Ramil, acaba muitas vezes testando a resiliência das próprias colaboradoras. Mas a orientação, afirmou, é essa mesma. “Enquanto a temperatura estiver muito baixa como tem ocorrido, continuaremos a abordagem”, assegurou.

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