Os casos recentes na região de febre maculosa vem causando uma preocupação geral na população e, aqui em Itapira, a situação se reforçou após a suspeita de uma contaminação ocorrida no Clube de Campo Santa Fé. A agremiação prontamente divulgou um comunicado para seu quadro associativo e recebeu a equipe da Zoonoses local para analisar as dependências. A reportagem do Tribuna de Itapira conversou com os responsáveis pelo setor e do clube para apurar todas as questões pertinentes e evitar possíveis desinformações.

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De acordo com o apurado junto ao clube, uma criança, que esteve na área de pesca durante o feriado do último dia 8, apresentou sintomas da doença. Ela estava com sinais de picada, porém, sem carrapatos em seu corpo. Em atendimento pela Santa Casa, o médico responsável optou por colocar o caso como uma suspeita da febre maculosa, direcionando o tratamento para tal. O Tribuna confirmou que a criança já melhorou, passa bem e retornou as suas atividades de rotina.

As informações iniciais do Santa Fé eram de que todas as providencias estariam sendo tomadas, como a interdição dos lagos e o cumprimento das orientações da Zoonoses. “Tomamos prontamente as medidas necessárias. Fomos transparentes em informar nossos associados e solicitamos a vinda das autoridades sanitárias no clube, mesmo sem a confirmação da doença. Já isolamos as áreas próximas dos lagos e iremos reforçar as medidas de segurança que já estavam em prática, em vista que, sabemos que uma única capivara costuma adentrar ao clube. Tudo para precaução e evitar maiores problemas que possam atingir nossos associados”, comentou Walner Godoy, Presidente do Santa Fé.

Análises

A equipe da Zoonoses que se deslocou até o clube fez uma análise minuciosa de todo o terreno. Segundo o médico veterinário, Rodrigo Bertini, que coordena o Serviço de Controle de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde, não foi encontrado um único carrapato sequer nas áreas gramadas próximas dos dois lagos do Santa Fé.

“Observamos tudo e não foi encontrado nada. Verificamos também um bom cuidado com a grama, que estava cortada bem rente ao solo, o que evita a proliferação dos carrapatos”, comentou Bertini, ressaltando que foi realizado no Santa Fé uma LPI (Local Provável de Infecção), o qual se verifica as possibilidades de transmissão da doença.

O veterinário também destacou que no clube existe apenas uma única capivara, que também percorre toda a redondeza, e ainda por cima adulta, que limita a propagação da doença. “Os filhotes são aqueles que amplificam a doença, pois ainda não possuem os anticorpos, diferentemente dos adultos”.

Ponto importante explicado por Bertini foi o de que, para a pessoa se contaminar com a doença, é necessário o carrapato estrela ficar preso na pele de quatro a seis horas e ainda estar contaminado para fazer a transmissão.

Medidas

As capivaras estão incluídas na Lei 5.197, de 3 de janeiro de 1967, que garante a sobrevivência da fauna brasileira. Nela, estão proibidas a caça, captura, coleta e o abate das capivaras, além do transporte e a venda por lei. Além disso, conforme explicou o responsável pela Zoonoses, não se deve realizar uma pulverização no local. “Não existe essa indicação para a área aberta, além de poder criar uma resistência aos animais que se quer controlar, a substância pode contaminar o solo e também a água, por consequência, os peixes”.

Bertini detalhou que orientou o clube a retirar uma grade de proteção existente em uma tubulação que faz ás águas dos lagos chegarem até o córrego próximo do Santa Fé, na Avenida Vereador David Moro, para dar a possibilidade de a capivara “ir embora”, realizando posteriormente um novo fechamento. Outra questão se diz respeito a algumas cercas no perímetro do clube, que deveram ter mais cabos de aço instalados para que os espaços não ultrapassem os 10cm, algo que, segundo o Santa Fé, já está sendo providenciado.

Vigilância

O Tribuna também entrou em contato com a Vigilância Epidemiológica e conseguiu apurar, junto com a responsável técnica do órgão, Josemary Apolinário, que em Itapira, além desse caso da criança associada do Santa Fé, existe ainda um outro suspeito. “As amostras foram encaminhadas ao Instituto Adolfo Lutz e devemos esperar os resultados”, disse. Josemary ainda informou que o último caso positivo de febre maculosa em Itapira foi em 2021.

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