Nessa segunda-feira, dia 23, é comemorado em todo o Brasil o Dia do Aviador e o Dia da Força Aérea Brasileira. Um itapirense, Rafael Bellini Lima, de 38 anos, será um dos homenageados da data, já que ganha a vida há mais de dez anos como piloto da empresa Latam, uma das maiores do continente sul americano.
Durante conversa com o jornal TRIBUNA DE ITAPIRA, ele explicou que integra a equipe de pilotos da famosa empresa, responsáveis por colocar em operação aeronaves de fabricação francesa, os Airbus A319, A320 e A321 com capacidade que variam de 145, 174 a 220 passageiros, respectivamente.
A exemplo de diversos outros casos parecidos, se tornar piloto de avião acabou sendo para o itapirense Bellini, a realização de um “sonho de infância”. Neste processo, segundo ele, tiveram papel preponderante a força e o incentivo oferecidos pelos pais, José Roberto Pereira Lima e Rita de Cassia Bellini Lima, dois tradicionais moradores do bairro dos Prados.
“Desde pequeno eu era fascinado por aviões. Acabou se tornando algo inevitável seguir carreira”, pontuou. Em 2004, ingressou no curso de Aviação Civil, das Faculdades Anhembi-Morumbi, em São Paulo. Logo depois da formação teórica, cuidou da formação prática, matriculando-se em uma escola formadora de pilotos comerciais de São João da Boa Vista. Passou ainda por Bragança Paulista e Jundiaí, município onde atuou como como instrutor.
No início da década passada, Rafael recebeu consultas para integrar os quadros de duas gigantes do setor aéreo brasileiro, a Azul e a Latam, tendo optado, conforme já foi dito, pela antiga TAM. Ao ser admitido, passou por um período de treinamento específico para operar grandes aeronaves. “Foram cerca de 90 dias de aulas teóricas, um período de treinamento em simuladores, até me apresentar para instruções de voo e rotas”, recorda. Pouco mais de dez anos depois do início, já contabiliza em seu prontuário, cerca de dez mil horas de voo.
Futuro
O TRIBUNA DE ITAPIRA quis saber se acredita que sua profissão passará incólume ao processo contínuo da evolução tecnológica, já que existem pessoas que imaginam que, a exemplo do que já se projeta para veículos como carros, ônibus e caminhões (dotados de sistemas de condução autônoma), as aeronaves – especialmente de uso militar – estão sendo projetadas para voar sem pilotos. “São coisas diferentes um avião e, por exemplo, um automóvel. A questão da segurança continua e continuará moldando esta discussão por muito tempo ainda. Situações de emergência durante um voo necessitam da perícia e do conhecimento humano. Tanto que ainda hoje as companhias aéreas designam dois pilotos por voo”, avaliou.
A reportagem quis saber dele também como enxerga a proximidade do lançamento dos chamados ‘carros voadores’, ou eVTOL (veículos de pouso e decolagem vertical); se acredita a chegada destes veículos ao mercado possa se abrir um novo nicho a ser explorado por pilotos. Cauteloso, Bellini disse que é cedo para fazer esse tipo de análise. “Não tenho informações mais precisas a respeito do que vem sendo programado, mas a se julgar por aquilo que já foi ventilado, esses veículos deverão ter condução autônoma. Mas, como no caso dos aviões, esse processo vai demandar horas intermináveis de exaustivos testes de segurança, além da questão da regulamentação”, ponderou.
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