Desde o dia 18 de abril que não cai uma gota de chuva em Itapira. Segundo dados do SAAE, a última chuva expressiva que foi registrada na cidade atingiu naquela oportunidade 19,4mm. De lá para cá, mais nada de chuva. A maior parte das regiões Sudeste e Centro-oeste vem sendo afetada por um bloqueio atmosférico, que impede o avanço de frentes frias e consequente formação de nuvens de chuva – fenômeno ao qual é creditada parte dos problemas registrados no Rio Grande do Sul atualmente.

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O mês de abril já havia sido de poucas precipitações, com total de 23,3mm de chuvas, diante de uma média mensal, ainda de acordo com registros do SAAE, de 76,1mm.

Segundo o INMET (Instituto Nacional de Meteorologia), são muito pequenas as chances de que algo diferente venha ocorrer ao longo dessa semana, com a manutenção de temperaturas superiores à média do mês e previsão de alguns períodos de instabilidade durante o dia.

A temperatura mínima tem oscilado entre 16 e 18 graus durante a madrugada, enquanto que a máxima tem chegado em alguns dias a 32 graus. Outro fator que causa preocupação – especialmente das autoridades de saúde –  é a queda da umidade relativa do ar, que caiu nesse último final de semana, a menos de 35%.

Efeito

O efeito prático das atuais condições climáticas tem sido a escalada dos casos de queimadas em vegetação, sinalizando que o período de estiagem neste ano poderá ser mais longo do que ocorreu no ano passado. Segundo o comando Corpo de Bombeiros da Polícia Militar de Itapira, desde o início do ano, foram atendidas 48 ocorrências em áreas de risco, em especial aquelas cobertas por vegetação.

Os efeitos da estiagem já podem ser observados nos cursos de água que cortam o município. O Ribeirão da Penha, de onde é tirada toda a água servida aos itapirenses, ainda mantém um nível razoável de vazão. Mas, a se levar em conta outros períodos com falta de chuvas, a situação já faz ascender a luz amarela entre as autoridades do SAAE.

Em 2019, a autarquia lançou mão pela última vez, entre o final de setembro e começo de outubro, da requisição de água armazenada em grandes tanques mantidos, principalmente, por empresas ceramistas da cidade, quando o nível do Ribeirão da Penha ficou abaixo de um metro.

Bombeiros

Segundo o Sargento Fernando Costa, comandante da base do Corpo de Bombeiros de Itapira, a antecipação do período de estiagem é algo que já aparecia nos prognósticos da corporação. “Estamos preparados para esse tipo de evento”. Costa avalia que a tendência é pelo aumento dos casos de queimadas.

“Tende a crescer, haja vista que é mais constante entre junho e outubro, sendo agosto e setembro os meses de maior número de ocorrências. Lembrando que a maior parte dessas ocorrências são provocadas pelos seres humanos, de forma acidental ou intencional”, posicionou-se.

O atual comandante observa ainda que o município como um todo se prepara de forma adequada para a “temporada das queimadas”, com um trabalho integrado que envolve a Defesa Civil e a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente (SAMA), além da coordenação estadual a cargo da Casa Civil do governo paulista, por intermédio da Defesa Civil Estadual. “O Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, juntamente com outras Secretarias, como Defesa Civil e Meio Ambiente, tem desenvolvido a Operação São Paulo Sem Fogo, que visa conscientizar e prevenir as queimadas em vegetação natural”, reforçou.

Ao finalizar, o Sargento lembra que os incêndios florestais danificam as culturas agrícolas, a vegetação nativa, o solo, a fauna “E até colocam em risco vidas humanas”. Por isso, segundo ele, o trabalho de prevenção e conscientização é fundamental.

Incêndios de origem criminosa são problemas constantes em Itapira nesta época do ano – foto Paulo Bellini/Tribuna

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