O período de 8 a 12 de maio, representou um período de enorme experiência pessoal para o eletricista Renato Aparecido Adão, de 54 anos, ex-bombeiro voluntário, do GBVI (Grupamento dos Bombeiros Voluntários de Itapira), que teve seu título de utilidade pública cassado aqui em Itapira.
Convidado por colegas que integram a Brigada Profissional de Bombeiros da vizinha Jacutinga (MG), Renato ficou cinco dias ajudando as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Ele partiu no dia 7, com um grupo de quatro pessoas (um motorista e três brigadistas), com destino a Porto Alegre. O retorno começou a ser feito na noite de sábado, dia 11.
Ele explica que naquele momento já era conhecida por órgãos de defesa civil de todo o país a gravidade da situação, e pedidos de ajuda pela presença de pessoas com especialização em resgates começaram a circular pelo Brasil todo.
“Presto serviço com regularidade em Jacutinga e mantenho bom relacionamento com os colegas bombeiros de lá. Quando me convidaram, não pensei duas vezes. Deixei tudo para trás e acompanhei o grupo”, revelou.
Renato e os colegas chegaram em Porto Alegre em uma viagem marcada pela morosidade devido à precária situação da malha viária destruída pelas águas. Na capital, depois que se apresentou, o grupo foi deslocado para Canoas, cidade vizinha à capital, que também sofreu estragos muito grande. A equipe atuou no bairro Matias Velho, que ficou totalmente submerso.
“A partir daí nossa rotina consistiu em regatar pessoas, animais e se fosse o caso, restos mortais humanos. Felizmente, durante nossa estada, não precisamos recolher pessoas que morreram na enchente”, contou.
O trabalho, segundo Renato era cansativo, “Sem quase tempo nenhum para descanso”, conforme relatou. Por conta da escassez de água e até de alimentos, os socorristas se viram na mesma situação desconfortável da população. “Banho era algo quase impossível. Alimentação, a gente contava com a rede de solidariedade formada pelas equipes de apoio. Água potável era distribuída com parcimônia”, relembra.
Imagens
Perguntado a respeito do impacto que as imagens de destruição causaram nele, o voluntário conta que foi uma experiência da qual jamais se esquecerá. “É muito diferente, por exemplo, do que assistir pela televisão. A natureza quando quer, leva tudo. Não somos ninguém. Estamos nesse mundo somente de passagem”, pondera.
Por outro lado, se consola em ter dado sua contribuição para o monumental esforço de socorro imediato prestado aos gaúchos por pessoas vindas do Brasil todo. “Eu me sinto agradecido por ter colaborado. Fui com o intuito de fazer o meu melhor e tenho certeza de que dei minha contribuição. A mim é algo que me alegra sempre quando posso ajudar ao próximo”, finalizou.
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