A morte de Rodrigo Aparecido de Souza Scotom de 37 anos, na sexta-feira, 25, depois que seu carro foi atingido na zona rural da cidade por uma árvore de grande porte, deve ter como consequência prática o aumento de pedidos para vistoria de árvores na cidade.
Na manhã de segunda-feira, 28, conforme apurou o TRIBUNA DE ITAPIRA, a Defesa Civil recebeu pedido para corte de duas árvores na zona rural, uma no Córrego do Coxo e outra nas proximidades de Barão Ataliba Nogueira, na SP- 352. Uma fonte ligada ao órgão informou que esse tipo de demanda tem que passar necessariamente pela equipe técnica da SAMA (Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente) e que a Defesa Civil age somente em casos bastante pontuais.
Fábio Giovelli, 54, técnico de Meio Ambiente da SAMA, lotado o setor de arborização, considera que os pedidos de vistoria deverão ter um aumento já a partir desta terça, 29. “Acredito que o total de pedidos de vistoria em árvores, em função da fatalidade ocorrida recentemente, deverá dar um salto”, acredita.
O TRIBUNA questionou a situação de uma árvore isolada por fitas de segurança em pleno Parque Juca Mulato. Giovelli informou que a decisão foi tomada pela bióloga Ariadne Alvarenga, sua colega de trabalho, de forma preventiva. “Ela (Ariadne) foi avisada da queda de alguns galhos aparentemente danificados e tomou o cuidado de isolar a área até que possamos fazer uma análise mais criteriosa”, revelou.
Comoção
Fabio Giovelli lembra que situações que causa comoção acabam despertando a atenção das pessoas para o problema das árvores que oferecem risco. Durante o ano de 2023, ele e Ariadne, conduziram um levantamento a respeito da situação das árvores mais antigas em praças e logradouros da cidade.
A ação teve como pano de fundo a morte de uma criança de 7 anos, atingida no parque do Taquaral, em Campinas, por eucalipto, em janeiro do ano passado. “Fizemos um levantamento criterioso e desse trabalho resultou a supressão de diversas árvores”, mencionou Giovelli.
Ele apontou duas dificuldades para melhor equacionar esse assunto. A primeira é a falta de uma equipe maior para dar conta dos muitos pedidos de avaliação. A outra diz respeito à marcação cerrada que muitas pessoas realizam, tentando impedir o corte das árvores que tiveram lado de corte.
“Você não imagina a pressão que a gente sofre quando determina que uma árvore tenha que ser cortada. Nós nos pautamos, evidentemente, pelos riscos que a árvore oferece à população. Uma árvore, você retira e planta outra. Uma vida humana, contudo, é irreparável”, comparou.
Ainda segundo o técnico da SAMA, neste ano de 2024, já foram suprimidas diversas árvores condenadas, muitas delas na região central.
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