A junção do esporte e ações sociais é uma formula de sucesso garantida. Em Itapira, a extensão do Projeto Voz Comunitária, trabalho voluntário do professor Luiz Piva e auxílio da Prefeitura e pessoas que acreditaram na causa, permitiram que duas irmãs do Residencial Morada Nova subissem no pódio do Campeonato Mundial de Jiu-Jitsu Esportivo.
O campeonato, organizado pela Confederação Brasileira de Jiu Jitsu Esportivo, foi realizado no Ginásio do Ibirapuera, na capital paulista, entre os dias 24 e 27 de novembro e contou com a participação de milhares de atletas. As irmãs Gabriely Laura Silva de Farias, de 9 anos, e Leticia Eloa Silva de Farias, de 5, conquistaram a medalha de bronze no mundial nas categorias faixa branca Infantil A e Pré Mirim, respectivamente.
“No caso da Leticia, nem tinha criança escrita em sua categoria. Tive que colocar ela para lutar em uma categoria acima e, mesmo assim, teve um excelente resultado”, comentou Piva, professor responsável pelos treinos no Morada Nova. As irmãs são da comunidade do Morada Nova e começaram a treinar a apenas seis meses, mas seu desempenho chamou a atenção do professor. “Tinha crianças mais graduadas do que elas, mas vi o potencial e fui atrás de viabilizar a inscrição das duas para o mundial”
Segundo Gabriely a meta agora é o ouro. “Foi legal a competição. Teve partes que fui sufocada e outras eu que sufoquei (fazendo referência a imobilização da adversária). Quero lutar bastante agora para conseguir ganhar o ouro”, disse. Letícia falou que gosta das aulas e que não falta em nenhum treino.
As duas encararam uma grande pressão no dia da competição. Antes de lutar, elas ficaram sozinhas em um backstage, para então entrar em uma arena totalmente lotada. “O resultado foi excelente. No dia foi difícil. Imagina só, para uma criança de apenas cinco anos, que nunca havia saído de Itapira, ficar em um estádio lotado antes da luta. Foi uma pressão enorme”, detalhou Piva.
Além das duas irmãs, outras duas meninas e dois meninos também estiveram presentes na competição. Além do Projeto voz Comunitária que permitiu o início das aulas no Morada Nova, diversas pessoas ajudaram na inscrição e a Prefeitura deu suporte com relação ao transporte e equipamentos. “Quero agradecer a Prefeitura que nos deu um tatame e os kimonos. A Secretaria de Esportes e Lazer que nos forneceu transporte e lanche para São Paulo. Agradeço também a todos que colaboraram com PIX para conseguir fazer as inscrições das crianças”, reforçou Piva.
As aulas de jiu jitsu são realizadas duas vezes por semana em um salão de festa do Residencial e o objetivo é continuar com os trabalhos para fortalecer a equipe e poder participar cada vez mais de competições “Muito mais que esportiva, isso é uma experiência social para as crianças. Conhecer pessoas e participar de um evento enorme. Estamos no início dos trabalhos e daqui a um ano vamos começar a receber mais incentivos do setor público então, o objetivo é manter os treinos para lá na frente poder investir”, concluiu Piva, que é graduado em educação física, pedagogia e ainda é faixa preta de jiu jitsu com 3º grau.
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