Para os mais antigos, de outras épocas, por certo que se lembrarão dos nossos tradicionais alambiques de destilação de finíssimas aguardentes, a famosa cachaça ou a pinga brasileira. Entre tantos Itapira manteve os seguintes: Martucci, Sartori, do seo Dito Ferreira de Mello, do Tone Corazza ou Coraça, do Luppi, do João Ângelo, em Eleutério, além da fazenda Calunga que destilava em grande quantidade, cuja produção seguia para engarrafadoras de nome, como a ‘Tatuzinho’. Hoje, vamos referenciar alguns dados sobre a pinga ‘4 Paus’, fabricada que foi pelos idos de 1935, na fazenda Santa Bárbara, propriedade que foi dos Irmãos Luppi. Encontramos no antigo Álbum de Itapira’, publicado em 1935, por João Netto Caldeira, matéria correlata com aquela fazenda com terras em nosso município.
“A bela fazenda Santa Bárbara (não há qualquer semelhança com a fazenda com o mesmo nome, cujos proprietários fazem parte da estimada família Quartim Barbosa, há pouca distância do final da rua dr. Francisco de Paula Moreira Barbosa), localizada a quatro quilômetros de Itapira (parte das terras é onde temos nos dias atuais o Conjunto Habitacional ‘Istor Luppi e José Tonolli’, pelos lados do bairro dos Limas e em continuação a avenida Brasil no bairro dos Prados) e compreendendo 150 alqueires de área, pertence à firma Luppi & Irmãos, composta pelos senhores Istor Luppi (sócio-gerente), Herculano Luppi, Antônio Luppi e José Luppi, todos nascidos em Serra Negra e estimadíssimos neste município.
Entre as culturas podemos mencionar 16.000 pés de café, cereais em boa escala, excelentes plantações de fumo, grande canavial com quarenta quartéis (a quarta parte de um todo, ou plantados em verdejantes canaviais), pomar para o gasto e dez alqueires de lindas matas.(Era comum manter mataria em muitos alqueires de nossas fazendas, pois além do fornecimento de madeira de lei para a revenda e uso em geral, havia a proteção da fauna e da flora. Mas os desmatamentos prejudicaram muito a natureza, conseguindo até fazer desaparecer várias espécies de pássaros e animais, bem como o secamento de muitas nascentes que alimentavam pequenos córregos, riachos e até mesmo rios caudalosos, o que foi uma verdadeira judiação).
Em 70 alqueires de ótimas pastarias vive o gado para o comércio, numa média de 500 cabeças, além de vacas de leite, etc. Na fazenda Santa Bárbara é fabricada a melhor pinga da zona, para o que funciona ótimo engenho. Há também um moinho. Entre os acessórios notamos boa capela, terreiros ladrilhados, tulha, garagem, cocheira, ótima esterqueira, etc. Além de sólida casa de residência, há mais 7 prédios para colonos. “No bairro do Violante está um bom sítio e nas divisas de Mogi Mirim a ótima fazenda Santo Antônio, dotada de todos os recursos”.
Aí temos, portanto um pequeno relato descritivo do que foi a fazenda Santa Bárbara, dos Luppi, cujas terras remanescentes nos dias atuais pertencem a dona Clara Luppi, que dá continuidade ao que foi iniciado décadas passadas por aqueles serranos, estando entre eles o senhor Istor Luppi, pai da Clara, Hermínio e Vitório Luppi.
E que aquele rótulo da aguardente ‘4 Paus’ (o famoso zape do jogo de truco), possa trazer boas e saudosas recordações, ainda mais para os que são amantes de uma finísssima cachaça, alambicada demoradamente gota por conta, até que as dornas de madeira de carvalho estejam cheias e a adormecer of ‘sono’ da serenidade, para que o produto se torno mais brando, mas forte o bastante para derrubar bebedores inveterados, que exagerando nas doses, num certo momento tem suas pernas enfraquecidas e suas vistas escurecidas, muitas vezes necessitando a ajuda de amigos para transportá-los para a casa.
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