As Unidades Básicas de Saúde são muito procuradas para atendimentos das mais variadas especialidades e, muitas vezes, são alvos de reclamação por parte da população em relação a falta de médicos ou demora para o atendimento. Porém, existe uma situação que vem sendo enfrentada pela Secretaria Municipal de Saúde que colabora para a queda no rendimento do atendimento de pacientes: a grande quantidade de faltas em agendamentos.

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As UBSs do município facilitam o acesso dos pacientes aos serviços do SUS (Sistema Único de Saúde) e do Programa Saúde da Família (PSF). Ao todo, Itapira conta com 12 unidades que são distribuídas por todas as regiões para facilitar o acesso à saúde pela população.

A situação das faltas vem sendo tão alta que a Saúde iniciou no final do ano passado uma medida com o objetivo de sensibilizar e conscientizar a população. Trata-se de quadros informativos na área de atendimento que mostram a quantidade de agendamentos realizados pela unidade e a quantidade de faltas.

Conforme informou a pasta, isso vem sendo aplicado aos poucos, com o objetivo de ser um trabalho sistematizado e que atinja todas as UBSs. No momento, as unidades do Braz Cavenaghi e Pé no Chão já possuem o quadro informativo. Conforme apuração do Tribuna de Itapira, a quantidade total de faltas em agendamentos envolvendo todas as UBSs chega a 25% em meses críticos.

Faltosos

O Tribuna conversou com o Secretário de Saúde, Vladen Vieira, para saber sobre as consequências da situação. Segundo explicado por Vieira, as UBSs contam com um agendamento de 16 consultas por período em cada uma das 12 unidades locais, uma quantidade que segue as determinações e parâmetros do Ministério da Saúde do Governo Federal. A questão da falta gera um transtorno geral e limita o acesso à saúde por aqueles que precisam.

“O serviço é totalmente prejudicado. Os profissionais ficam ociosos, pessoas que agendam e faltam tiram a vaga de uma pessoa que está aguardando um agendamento e também precisa, ou seja, a prestação de serviço de saúde à população fica comprometida. Quando o paciente que agendou falta sem avisar, dificilmente consegue um encaixe. Como que pede para uma pessoa, que vai na UBS, ficar três ou quatro horas esperando para ver se consegue encaixar em um horário? Então é um transtorno essa situação”, disse o Secretário.

Vieira ainda detalhou que muitas pessoas que faltam vão no dia seguinte e exigem ser atendidas ou querem um agendamento com rapidez, o que gera ainda mais complicações, ocasionando uma maior fila e tempo de espera em atendimentos.

“É um problema crônico e uma questão cultural. De certa forma, o serviço que está sendo ofertado não é valorizado. Não se pode simplesmente faltar. E isso é um problema em vários setores do serviço público, não apenas na Saúde”, completou.

Números

O Tribuna visitou a UBS Pé no Chão – Albertino Lopes. Nela constava o quadro informativo e com os dados referentes ao mês de dezembro passado. Estavam discriminados um total de 785 agendamentos envolvendo as especialidades de clínico geral, ginecologia, pediatria, exames laboratoriais e odontologia. Em relação às faltas, eram 109 anotadas – 14% do total dos agendamentos. Ainda constavam 148 atendimentos por demanda espontânea e encaixe – destaque que o último é referente também as faltas, mas que foram possíveis colocar outro paciente no lugar no mesmo dia e horário, fazendo com que a porcentagem de ausências seja muito superior aos 14%.

Quadro localizado na UBS do Pé no Chão – Paulo Bellini/Tribuna

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