A baixa cobertura vacinal contra a poliomielite, além de estar sendo um problema em nível nacional, gera também preocupação dos setores responsáveis pela vacinação aqui em Itapira. A campanha vem sendo prorrogada mas, mesmo assim, o município conseguiu vacinar apenas 55% das crianças com menos de cinco anos de idade, de acordo com a última atualização de dados da Vigilância Epidemiológica de Itapira.

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Essa porcentagem faz referência a 1.704 crianças que receberam o imunizante, dispostas da seguinte maneira por faixa etária: acima de 1 ano, 431 crianças vacinadas – cobertura de 61, 5%; acima de 2 anos 381 crianças vacinadas – cobertura de 47,6%; acima de 3 anos, 486 crianças vacinadas – cobertura 60,8%; acima de 4 anos, 406 crianças vacinadas – cobertura 50,8%. Segundo o Programa Nacional de Imunização – PNI, recomenda-se a vacinação de crianças a partir de 2 meses até menores de 5 anos de idade.

A preocupação da Vigilância Epidemiológica está sendo tão grande que uma parceria com a Secretaria de Educação foi feita para que, através das escolas, possa ser verificado as crianças que ainda não se vacinaram. “Buscamos através das escolas solicitar para que os pais e responsáveis pelas crianças de até cinco anos levassem a carteirinha de vacinação. Caso a dose estivesse em atraso a mesma poderia ser aplicada na escola, na presença dos pais, por um agente de saúde”, comentou a responsável pela Vigilância Epidemiológica, Josemary Cipola.

A tática de envolver as escolas deu um resultado positivo, com boa adesão dos responsáveis pelas crianças, porém, segundo apurado pela reportagem, muitos pais se negam a levar a carteirinha de vacinação. Algumas dificuldades enfrentadas pelos responsáveis seria a falta de disponibilidade em levar as crianças nas Unidades Básicas de Saúde, onde as doses vem sendo aplicadas, devido aos horários de funcionamento, que são baseados no tradicional horário comercial, que acarreta de muitos dos responsáveis estarem em trabalho, impossibilitando o atendimento.

“Os pais de hoje não presenciaram épocas passadas em que haviam muitos casos da doença acometendo as crianças. A vacinação é muito importante para essa doença, já erradicada, não retorne”, disse Josemary. O Brasil não detecta casos de poliomielite desde 1989 e, em 1994, recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) a certificação de área livre de circulação do poliovírus selvagem, em conjunto com todo o continente americano. Desde então, as campanhas são realizadas anualmente e o objetivo é sempre atingir pelo menos 95% do público alvo.

Uma estratégia que está sendo estudada e poderá ser colocada em prática no município, é o deslocamento de agentes comunitários e técnicos em farmácia até a casa onde residem as crianças menores de cinco anos, após buscas serem realizadas no âmbito escolar. As vacinas seriam aplicadas na própria residência na presença dos responsáveis.

A campanha de vacinação contra a poliomielite teve início em agosto e foi prorrogada até o próximo dia 30. Ela também inclui a multivacinação para atualização da caderneta de vacinação de crianças e adolescentes menores de 15 anos, com imunizantes contra Hepatite A e B, Penta (DTP/Hib/Hep B), Pneumocócica 10 valente, VIP (Vacina Inativada Poliomielite), VRH (Vacina Rotavírus Humano), Meningocócica C (conjugada), VOP (Vacina Oral Poliomielite), Febre amarela, Tríplice viral (sarampo, rubéola, caxumba), Tetraviral (sarampo, rubéola, caxumba, varicela), DTP (tríplice bacteriana), Varicela, HPV quadrivalente (Papilomavírus Humano).

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