A partir da próxima quinta-feira, dia 29, o comércio de Itapira perde um pedaço de sua história. Fecha as portas em definitivo, a tradicionalíssima loja Sase, ícone na venda de confecções para o público masculino, que marcou época em Itapira, atraindo uma clientela cativa que vinha também de outras cidades. Amanhã será o último dia de atendimento.
A loja funcionava há 70 anos, a maior parte deste tempo no prédio atual no número 55 da rua José Bonifácio. Por um período, atendeu onde está instalada a loja das Casas Pernambucanas, até que as novas instalações fossem concluídas.
Conforme apurou o TRIBUNA, os herdeiros dos dois fundadores, Américo Secolin (1929 – 2011) e Antônio Sartorelli (1925-2018), se esforçaram muito para manter as portas abertas. Com demandas profissionais deslocadas da atividade comercial, os atuais gestores chegaram à conclusão de que não tinham condições de se dedicar integralmente ao negócio, e acharam melhor encerrar as atividades.
Alfaiataria
A origem da Loja Sase guarda relação com um período áureo na cidade onde funcionavam muitas alfaiatarias, todas operadas por dedicados profissionais, muitos dos quais, aprenderam o ofício com seus mestres.
Esse foi o caso de Antônio Sartorelli e Américo Secolin, que decidiram empreender de outra forma, por conta própria, num período onde a Rua José Bonifácio, conhecida como “a rua da Estação” (por causa do “trem da Mogiana” que passava pela cidade), ostentava uma movimentação frenética, incomparavelmente maior do que ocorre nos dias atuais.
O memorialista Arlindo Bellini, 82, colaborador do TRIBUNA, lamentou a notícia do fechamento. Ele lembrou que a loja Sase foi sinônimo da elegância masculina por décadas aqui na cidade. “Não raramente os proprietários recebiam a visita de personalidades do universo jurídico e do mundo político, que se deslocavam de São Paulo e até do Rio de Janeiro, para renovar seu guarda roupa com os dois empreendedores”, recordou.
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