A Ascorsi (Associação de Coletores de Resíduos Sólidos de Itapira) retirou ao longo dos 12 meses do ano passado 551 toneladas de lixo reciclável das ruas de Itapira. Com a valorização de materiais como alumínio e plástico, a comercialização total da entidade atingiu R$ 554.748,35, montante repassado totalmente aos colaboradores ao longo de 2021.
A valorização do material reciclável fica ainda mais clara quando comparada com outros números da Ascorsi. De acordo com relatório divulgado pela associação, em 2021 houve queda de 26% na arrecadação de material, 551 toneladas, já que em 2020 foi de 750 toneladas. Apesar disso, o valor arrecadado com a comercialização aumentou, de R$ 418,9 mil para R$554,7 mil, ou seja, 32% a mais, e o maior já registrado pela instituição desde 2011, ano de sua criação.
“Em relação ao financeiro foi o ano que mais arrecadou. Exatamente pelo preço do material, que ficou mais caro, tivemos algo que veio acompanhando a inflação (dos materiais). Esse valor não é lucro da entidade, e sim um rendimento com a comercialização é o rendimento dos associados. Em contrapartida tivemos o aumento no custo de tudo, já que o preço de todas as coisas aumentou”, relatou a educadora ambiental, Brenda Brianti, 26.
Sobra a queda na arrecadação ela comentou que deve ter ocorrido por diversos fatores. “Acho que as pessoas estão consumindo menos, devido ao preço das coisas. Além disso, por conta do desemprego, tem muita gente coletando material reciclável, já que o valor dos materiais subiu. Então as pessoas começaram a enxergar um certo valor no resíduo. Também não tivemos muitas ações educacionais de forma presencial, que foram bem poucas devido a pandemia”, analisou.
Em 2020 a Ascorsi arrecadou 750,3 toneladas, e comercializou 584 toneladas, gerando um retorno financeiro de R$ 418,9 mil. Em 2021, o montante vendido foi quase igual, 487,1 toneladas, (96,9 toneladas a menos) porém, o lucro gerado foi de R$ 554,7 mil, um montante de R$ 135,1 mil a mais.
O montante retirado das ruas em 2021 representa, segundo a entidade, mais de 5,8 mil metros cúbicos no aterro sanitário. Brenda informou que ao longo do ano passado houve expansão da coleta seletiva para três bairros rurais: Jardim das Araucárias, Rancho Feliz e Morada do Sol, além da inclusão de alguns condomínios de chácaras de recreio. “Temos tido um bom retorno da população, que tem separado bem o lixo. Temos um bom índice de coleta. As pessoas ficaram mais tempo em casa e puderam separar mais o lixo”, analisou.
TRABALHO
Segundo balanço divulgado pela Ascorsi, foram recicladas 205 toneladas de papel, 53 toneladas de metal, 104 toneladas de plástico, e 114 toneladas de vidro. A prefeitura auxilia na manutenção do projeto. Lei aprovada na Câmara, no final do ano passado, prevê o repasse à entidade de até R$ 669.600,00 da seguinte maneira: R$ 600 mil na forma de subvenção social em 12 parcelas iguais além de R$ 69.600,00, referente ao custo anual do aluguel do prédio onde se encontram as instalações.
O montante é também utilizado na manutenção do barracão, equipe técnica, transporte, e despesas fixas. São 22 associados além de sete funcionários, sendo três deles da equipe técnica e quatro para a coleta seletiva. Brenda comentou que com o aporte do poder público, além das boas vendas, o maior beneficiado são os associados que receberam um valor mais substancial.
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