Em comemoração aos oito anos de trabalho da Associação Pétalas de Rosas em Itapira, a equipe do jornal Tribuna conversou com a presidente da associação Gilza Aparecida Scholz Sanches, 56, que é voluntária da instituição há cinco anos, e atua como presidente desde setembro do ano passado. A dirigente contou um pouco da história da organização, falou sobre os desafios superados ao longo desses anos de trabalho e projetou alguns planos para o futuro da entidade. “Não é um trabalho que fazemos sozinho, é um trabalho conjunto, então é importante as pessoas conhecerem o trabalho da APR (Associação Pétalas de Rosas), e saberem que existe um grupo de mulheres que apoiam outras mulheres que estão passando ou passaram por esse problema do Câncer de Mama”, relatou.

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A Associação Pétalas de Rosas foi fundada em 2014. É possível entrar em contato com a organização através do telefone (19) 98602-3250, email apritapira@gmail.com, ou pelas redes sociais, Facebook: Associação Pétalas de Rosas e Instagram: @apritapira.

Tribuna de Itapira: Como começou a associação Pétalas de Rosas?

Gilza Aparecida Scholz: A Associação Pétalas de Rosas originou-se a partir da psicoterapia individual de 3 mulheres que se reuniram em um grupo terapêutico na Unidade Básica de Saúde, no bairros dos Prados, da Secretaria Municipal de Saúde de Itapira para compartilharem suas experiências e conhecimentos sobre o Câncer de Mama sob a coordenação do psicólogo Maurício Nunes de Mattos. O fortalecimentos dos laços de solidariedade destas mulheres em tratamento de saúde, as motivou a encontrarem outras mulheres em tratamento e reabilitação ao Câncer de Mama em outras Unidades Básicas para estender os benefícios obtidos e alcançados nestas reuniões terapêuticas. A adesão social ao grupo ampliou-se, resultando, consecutivamente na formação da Associação Pétalas de Rosas.

Foto: Paulo Bellini/Tribuna de Itapira

Quais foram os desafios nesses oito anos?

A maior dificuldade é conseguirmos abranger um número maior possível de mulheres com esta neoplasia aqui em Itapira. Nós nunca sabemos o dia de amanhã, quem de repente vai ter este diagnóstico, por isso trabalhamos com a campanha de prevenção. Incentivamos as mulheres a fazerem o autoexame e sempre irem ao médico. Para atingirmos/abrangermos muito mais mulheres é um desafio pois muitas mulheres não conhecem nosso trabalho ainda.

Onde vocês estão se reunindo?

Este é outro desafio. Nós estamos numa sala no CVT que não é tão apropriada, pois não temos sanitários e nossas pacientes em tratamento precisam de um melhor conforto para as acolhermos com dignidade. Esta sala também não é apropriada para se proporcionar um curso, nela também não conseguimos ter um bazar permanente para colaborar financeiramente com a associação etc. Além de tudo isso, a localização dela fica próximo a um hospital e ambulâncias, ambiente este que, psicologicamente não agrega às mulheres em tratamento. Estamos lutando, desde que sou voluntária é um sonho meu, e agora como presidente é um objetivo meu, conseguir junto à prefeitura ou empresários da cidade uma sede fixa, conveniente, com as mínimas condições para atendermos melhor as pessoas com esta neoplasia.

Qual a importância das campanhas?

Queremos desmistificar o Outubro Rosa, pois o Câncer de Mama não acontece só em Outubro e sim o ano todo. Fazemos Campanhas de Prevenção o ano todo para conscientizarmos as mulheres da importância da prevenção. É com a prevenção que conseguimos evitar essa doença tão cruel.  Inúmeras pessoas já foram atendidas indiretamente com as campanhas em escolas, empresas, igrejas, carreatas, caminhadas etc.  Temos mulheres que continuam desde o começo conosco e outras que são apoiadas por nós através das redes sociais ou por telefone, pois com a pandemia não conseguimos fazer visitas presenciais ainda.

Quais outros trabalhos vocês fazem, além do acolhimento?

Nós fazemos um trabalho nas UBSs, entregamos panfletos esclarecedores às mulheres e agora temos a intenção de solicitar apoio aos médicos para que solicitem às pacientes com diagnóstico do Câncer que nos procurem para que possamos apoiá-las. Fazemos também campanhas de lenços e turbantes para entregarmos às mulheres que perdem o cabelo no início do tratamento. Temos também almofadas em forma de coração que além de ser um carinho, são anatômicas, próprias para colocar embaixo do braço e dar um conforto para àquelas que fazem esvaziamento axilar.  Então a gente está sempre contribuindo de alguma forma, a associação não para o ano todo.

Como lidaram com o distanciamento social?

Reuníamos presencialmente toda terça-feira, mas com a pandemia nossos contatos são através de grupos de WhatsApp, participação em eventos sociais e temos projeto de fazermos grupos online. Na nossa página do Instagram e Facebook sempre publicamos mensagens de alerta e prevenção, além de mensagens de conforto. Contamos também com o apoio de psicólogas que fazem dinâmicas para aumentar a autoestima e promovem o autoconhecimento. É muito importante que o diagnóstico seja o quanto antes. Uma mulher, por exemplo, pelas nossas redes sociais acabou sendo incentivada a fazer o autoexame, descobriu o nódulo, diagnosticou, fez tratamento e ficou muito bem. Então a gente acaba não tendo nem noção de onde e quem estamos atingindo, é por isso que é importante sempre estar falando sobre isso, não só em outubro.

 Quais são os planos para esse ano?

Agora em março lançaremos a campanha deste ano. Estamos fazendo um concurso interno entre as pétalas, diretoria e voluntários sobre a frase que usaremos como slogan em 2022. Estamos também fazendo parceria com empresas e pessoas para que contribuam mensalmente com a Associação e também possíveis convênios com descontos com óticas, lojas, salão de cabeleireira etc visando descontos para as pacientes da Associação e familiares. Nós lançamos uma carteirinha rosa da associação, com o número do Pix e o nome da pessoa e os voluntários que desejarem podem contribuir com o mínimo de R$ 5 mensais e também poderão usufruir dos descontos destes convênios. Lançaremos também um calendário pra venda para esse ano e ano que vem.

Qual a maior necessidade atualmente?

Para continuarmos este trabalho, temos os nossos custos, folhetos, remédios urgentes e muitas outras coisas e por esse motivo temos que ter dinheiro em caixa e dependemos da parte financeira. A parte de apoio, de amor, de carinho temos bastante para dar. Por isso estamos lutando para a contratação de uma assistente social que fará todos os atendimentos necessários às pacientes e familiares. A secretária Regina Ramil está sempre em contato conosco, verificando e aguardando a disponibilidade de salas em alguns lugares. Enfim é rezar, torcer e trabalhar bastante para conseguirmos alcançar tudo isso.

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