A tragédia registrada no começo desta semana em Campinas, quando uma árvore caiu no Parque do Taquaral e matou uma criança de 5 anos, fez acender o sinal vermelho na administração do prefeito Toninho Bellini. Bellini determinou ao secretário titular da SAMA (Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente) José Maria Perentel Rostirolla, que seja realizada uma vistoria nas condições gerais de todas as árvores existentes em praças públicas e avenidas de maior movimentação.
Fábio Giovelli, 52, servidor dos quadros da SAMA responsável pela emissão de laudos sobre a necessidade de corte de árvores, disse para o TRIBUNA que já tem elaborado um roteiro para atender ao pedido do atual prefeito. Os trabalhos, conforme revelou, começam já nesta segunda-feira, com uma visita a locais de maior movimentação de pessoas, citando a Praça Bernardino de Campos, Parque Juca Mulato, Praça Mogi Mirim e até o cemitério municipal da Saudade.
Dado o tamanho do desafio, Rostirolla determinou que a bióloga Ariadne Rodrigues, também ajude no trabalho de vistoria. Giovelli explicou que o trabalho é muito criterioso, com visualização de elementos como galhos, folhas, tronco e em alguns casos, quando possível, até nas raízes. O trabalho inclui ainda observação da presença insetos como blocas e cupins que predam a árvore em seu interior. O trabalho exige até mesmo registro de imagem para constar no processo de vistoria.
Elementos como inclinação da árvore podem ser preponderantes. Recentemente três jacarandás foram erradicados no pátio da antiga FEPASA por causa da posição em que estavam inclinados, com risco de queda. No local, a SAMA fez uma compensação com o plantio de oito mudas de Oiti, espécie nativa e mais adequada ao local.
Números
Giovelli prefere não fazer projeção a respeito de quanto tempo esse trabalho vai durar. “São muitas as variáveis que envolvem um trabalho desse porte. Fica difícil estipular prazo”, pontuou. Mas, revelou números que demonstram o tamanho do problema. Somente em 2022, a SAMA recebeu 507 solicitações para análise de árvores, mais de uma por dia, em média.
Deste total, foi autorizada a supressão de 23 delas. Neste ano já são 12 solicitações (até 6ª feira, dia 27). Fábio Giovelli observou ainda que a própria população tem a iniciativa de fazer este tipo de pedido quando imagina uma situação de perigo, acrescentando que, quando ocorre a queda de uma árvore muito grande, cresce o total de pedidos encaminhados ao seu departamento.
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