De acordo com dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública, o índice de casos de estupros registrados em Itapira, diminuiu 26,09% no ano passado. Segundo os dados divulgados pela pasta estadual, os casos desse tipo de violência – incluindo estupro de vulnerável – somaram 23 denúncias em 2020. Já em 2021 o total de denúncias desse crime caiu para 17.

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A atual delegada titular da Delegacia de Defesa da Mulher, Gilmara Batista dos Santos, alerta que a queda não representa de fato uma diminuição de casos de violência contra mulher. Ela analisa que o isolamento social causado pela pandemia de Covid-19, que teve início em 2020, pode elevar o risco de mulheres serem vítimas de violências dentro de casa, porém inibir as denúncias.  

“As denúncias podem ter diminuído porque os casos violência doméstica, em sua maioria, não são relatados. A mulher muitas vezes não denuncia porque não quer envolver a polícia, por medo, ou então porque acaba perdoando o parceiro e acha que ele tem esse direito” informou. Em contrapartida o número de prisões efetuadas pela DDM em 2021 quase dobrou em comparação com o ano anterior. Foram 28, sendo dois em flagrante, contra 15 em 2020.

A Coordenadora do Crem (Centro de Referência Especializado da Mulher) Silvia Carvalho, também alertou sobre os dados da queda no número de denúncias de abuso, não representarem uma real diminuição dos casos de violência. “O índice de violência contra mulher diminuiu pela pandemia. Apesar dessa diminuição, o número de vitimização da mulher dentro de casa aumentou, mas como aumentou dentro de casa muitas vezes não são reportados. A procura por atendimento judicial diminui porque como na maioria dos casos os agressores são da família, as vítimas não procuram ajuda judiciaria”, relatou.

Os números da Secretaria de Segurança corroboram o que a delegada e a coordenadora do Crem analisaram. O número de inquéritos por exemplo vem se mantendo em queda. Em 2019 foram 420 processos de investigação instaurados, caindo para 360 em 2020 e 340 em 2021.

A assistente social também ressaltou a importância do acolhimento e do atendimento especializado a essas vítimas de violência. “Ter esse espaço destinado à essas vítimas é importante pois faz com que as mulheres se sintam mais à vontade para procurar ajuda” destacou.

O CREM (Centro de Referência Especializado da Mulher), foi inaugurado em abril do ano passado e nesse período já atendeu 178 mulheres. Além do acolhimento da mulher vítima de violência, o Centro também promove a idealização de campanha preventivas, capacitando a Guarda Civil Municipal e os gestores da Educação. “Quanto mais falar com a população sobre a violência, mais a gente vai diminuir as estatísticas” reforçou Silvia.

É importante que as pessoas denunciem a violência sexual para interromper a violação, proteger as crianças e os adolescentes e garantir uma plena assistência médica e psicológica. O registro das denúncias deve ser feito aos órgãos oficiais, mantendo o sigilo ao denunciante para resguardar a criança e o adolescente para que seja apurado e feito o encaminhamento necessário. A denúncia pode ser feita através do disque 100 ou entrando em contato com os órgãos responsáveis.

A Delegacia da Defesa da Mulher está localizada na Rua Duque de Caxias, 673, Centro e o telefone é o (19) 38132122. O CREM está situado à Rua Ribeiro de Barros, n° 62 (em frente ao Parque Juca Mulato) e o telefone para contato é o 3843-2148.

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