As discussões e preocupações sobre a febre maculosa se mantém em alta em todo o Estado de São Paulo desde junho. Morador de Mogi Mirim, que faleceu no começo de julho, teve a doença confirmada como a causa da morte e acendeu o alerta na região da Baixa Mogiana. Em Itapira, segundo apurado pelo Tribuna junto a Vigilância Epidemiológica, os casos suspeitos aumentaram 250% desde o dia 21 de junho.

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Na data citada, a equipe da Zoonoses havia realizado uma vistoria no Clube de Campo Santa Fé após uma criança associada apresentar sintomas e entrar como caso suspeito da doença, após passar por atendimento médico. Em laudo da Zoonoses, foi confirmado na oportunidade que não haviam carrapatos no clube, com o mesmo tomando medidas, de acordo com as orientações, para evitar a entrada de uma capivara nas dependências que corriqueiramente aparecia.

Com a situação, de acordo com as informações da Vigilância, naquela época, o município contava com dois casos suspeitos aguardando resultado laboratorial. Nessa última semana, assim como informou o órgão, o número de pacientes aguardando exames em Itapira eram sete, sendo um ainda de junho e outros seis mais recentes. Portanto, um acumulado de sete casos suspeitos. O único exame que se obteve retorno de análise do Instituto Adolfo Lutz deu negativo para a febre maculosa.

Em Itapira, existe um grupo de capivaras na região final da Avenida dos Italianos que é monitorado constantemente pela área de saúde e Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente (SAMA). Foi realizada a instalação de placas de advertências nos locais onde as capivaras costumam circular.

Mogi

No caso de Mogi Mirim, o instrutor de auto escola Walmir José Ribeiro Crevellari, de 59 anos, faleceu em 4 de julho, tendo o resultado positivo para a doença confirmado no dia 21 do mesmo mês. O local apontado pela administração da cidade vizinha como provável para o contágio é justamente onde a vítima trabalhava, o Compexo do Lavapés, conhecido também como parque do Zerão, onde são ministradas aulas de direção de motos e carros, e há presença de capivaras.

Entre as medidas que estão sendo tomadas pela Prefeitura estão um controle de carrapatos com corte periódico da grama e teste nos animais presentes na região, com os infectados sacrificados e o restante sendo castrados. A discussão sobre febre maculosa voltou à tona no estado de São Paulo em junho, após quatro pessoas contraírem a doença em uma festa na fazenda Santa Margarida, em Campinas (SP), e morrerem.

Cuidado

Os resultados dos exames podem levar semanas para sair. Por isso, se houver suspeita, o médico deve iniciar o tratamento com antibióticos urgentemente, tendo em vista que quanto mais cedo a terapia for iniciada, maiores são as chances de se evitar complicações e morte do paciente. Esse é um dos pontos em que fazem os casos suspeitos aumentarem. Por ser uma doença que pode ser fatal, é necessário incluir como uma suspeita ao invés de descartar a possibilidade.

A febre maculosa é uma doença infecciosa causada por uma bactéria transmitida através da picada de uma das espécies de carrapato (carrapato-estrela), ou seja, ela não é transmitida diretamente de pessoa para pessoa pelo contato e seus sintomas podem ser facilmente confundidos com outras doenças que causam febre alta. Há no estado duas espécies da bactéria causadora da doença.

Os sintomas variam de febre, dor de cabeça intensa, náuseas e vômitos, diarreia e dor abdominal, dor muscular constante, inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés, gangrena nos dedos e orelhas, paralisia dos membros que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões, causando paragem respiratória. Se a pessoa passar por uma área de risco é importante usar calças e fazer uma busca pelo carrapato e removê-lo imediatamente do corpo.

Cabe ressaltar que, para transmitir a doença, o carrapato deve estar infectado e permanecer preso ao corpo da pessoa por pelo menos quatro horas. As capivaras estão incluídas na Lei 5.197, de 3 de janeiro de 1967, que garante a sobrevivência da fauna brasileira. Nela, estão proibidas a caça, captura, coleta e o abate das capivaras, além do transporte e a venda por lei.

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