A violência contra a mulher tem sido uma luta constante de diferentes grupos e segmentos da sociedade. Com recorrência o assunto ganha a mídia nacional a partir de casos extremamente violentos ou que envolvem celebridades.

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Em Itapira muitas ‘anônimas’ amargam o mesmo problema e passaram a contar com um espaço específico de acolhimento. O Crem (Centro de Referência Especializado da Mulher), serviço prestado na estrutura da Secretaria Municipal de Promoção Social, está ativo desde maio e já soma 27 atendimentos.

A cada dois dias e meio uma nova vítima procura ou é encaminhada ao serviço. “Fazemos o acolhimento imediato, realizado por uma psicóloga, educadora ou assistente social. Escutamos, entendemos a situação e orientamos sobre seus direitos. Se necessário registramos boletim de ocorrência ou até mesmo pedimos medida protetiva”, detalhou a assistente social e coordenadora do Centro da Mulher, Sílvia Helena da Rocha Carvalho. “A violência não tem classe social. Na classe média e alta, por exemplo, esta situação é muito mais velada.”

O atendimento abrange as áreas social, psicossocial e de orientação jurídica. Sílvia informou que desde o começo de maio, quando o espaço foi inaugurado, foram 42 acolhimentos e 15 não se enquadraram no serviço, sendo então direcionados para outros equipamentos assistenciais. Dos 27, oito foram a partir da procura espontânea das mulheres e 19 por encaminhamentos.

Das situações em acompanhamento, foram identificados vários tipos de violência: sexual (quatro), física (16), psicológica (sete), patrimonial (quatro) e por discriminação de orientação sexual (uma). “Não tem como uma mulher ser vítima de agressão física e não ser de agressão psicológica. Por isso enquadramos em mais de um tipo de violência sofrida”, explicou.

O Centro da Mulher também mantém outra vertente: promover atividades para superação da situação vivida. A coordenadora contou que são formados, dentro das possibilidades das normas sanitárias, grupos de autoconhecimento, autoajuda, explicações sobre a Lei Maria da Penha, sobre direito das mulheres e contextualização sobre o que é violência. Também foi realizado o Dia da Beleza, em 8 de julho, com cabelereiros e manicures que ficaram à disposição das acolhidas.

ATENDIMENTO

O Centro da Mulher está localizado à rua Ribeiro de Barros, 62, na região central da cidade, em frente ao Parque Juca Mulato. O atendimento ao público acontece de segunda a sexta-feira, das 8h00 às 17h00, e o telefone para contato é o 3843.2148.

Foto: Paulo Bellini

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