Com a projeção de que o pior momento da temporada das queimadas no município ficou para trás, a Defesa Civil de Itapira começa a vislumbrar o encerramento da Operação Estiagem a partir da chegada das chuvas. A seca severa deste ano impactou diretamente no total de ocorrências que envolveram combate ao fogo. De janeiro a setembro foram 536 chamados atendidos pela corporação itapirense, com aumento de 56,2% na comparação com os números de 2020.

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Segundo relatório apresentado pela Defesa Civil, de janeiro a setembro do ano passado foram 343 atendimentos que envolveram fogo – incluindo queimadas em vegetações e outras situações. Em 2021, o mesmo período apontou para 536 chamados, com alta de 193 casos. Foi exatamente setembro o mês em que os agentes itapirenses mais tiveram trabalho. Ao longo de 30 dias foram computadas163 ocorrências de combate às chamas, quase todas em vegetação – média de pouco menos de três registros diários.

Pior que os números foram as situações enfrentadas pelos agentes. Conforme observou o coordenador da Defesa Civil de Itapira, Ronaldo Ramos da Silva, várias ocorrências registradas em setembro foram de grandes proporções e em áreas de difícil acesso inclusive a pé. “Tivemos situações em que foi preciso mobilizar nossas forças por até três dias consecutivos para conseguir extinguir de vez as chamas. Além disso, tivemos que enfrentar o fogo em muitos lugares em que mesmo manualmente foi difícil chegar e com o complicador do vento, que ajudava a espalhar as chamas ainda mais”, observou.

Silva lembrou que o quadro não chegou a ser surpresa, mesmo porque as projeções climáticas indicavam que setembro seria de pouca chuva e com risco elevado para queimadas. Outro aspecto complicador é a cultura que ainda existe entre algumas pessoas, que utilizam o fogo como meio de limpeza de terrenos para diversas finalidades. Embora em quantidade menor que anos atrás, o número de agricultores que adotam esta prática ainda é considerável.

A redução desse contingente é, pelo menos em parte, fruto do trabalho de conscientização que a Defesa Civil realiza no município. Por meio dele também cresce o número de propriedades que efetuam o trabalho preventivo. “Temos feito um trabalho preventivo que está sendo muito positivo e ano após ano vemos aumentar o número de pessoas que fazem a sua parte, inclusive se preparando para eventuais ocorrências, e reduzindo aqueles que insistem em atear fogo seja com qual finalidade for”, pontou o coordenador.

PROJEÇÃO

As projeções que a Defesa Civil recebe indicam que o cenário deste ano será diferente de 2020, quando outubro foi mais seco que o normal e as queimadas continuaram de forma intensa. “No ano passado tivemos uma chuva em maio, mas depois a estiagem foi mais longe no segundo semestre e mesmo em outubro ainda registramos muitas queimadas. Desta vez, o cenário deverá ser outro, felizmente”, afirmou.

Com o fim da Operação Estiagem 2021 à vista, a Defesa Civil começa a pensar no planejamento dos trabalhos para 2022. Silva disse que em breve fará o mapeamento dos pontos com maior incidência de fogo neste ano, para que as medidas preventivas sejam pensadas. No ano que vem a corporação planeja retomar o trabalho educativo junto aos alunos do Ensino Fundamental, que precisou ser suspenso em razão da pandemia da Covid-19. “Vamos começar o quanto antes a nos preparar para as ações do próximo ano, para evitar que os prejuízos ambientais e para a comunidade sejam os menores possíveis”, adiantou.

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