No vácuo da comemoração de duas datas importantes celebradas em março, Dia Nacional da Conscientização das Mudanças Climáticas (16) e o Dia Mundial da Água (22), a Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente (SAMA) intensificou ações de conscientização voltadas, especialmente, para o público escolar.
Dentro deste contexto, uma nascente existente no conjunto habitacional “Braz Cavenaghi” tem merecido especial atenção das autoridades ambientais e se tornou ao longo da década passada “nascente modelo” da cidade, conceito este definido dentro do processo de adesão do município ao programa Município VerdeAzul, projeto criado em 2007 pelo governo estadual que tem o objetivo de descentralizar a política ambiental e proporcionar a eficiência na gestão dos assuntos ambientais.
“Uma das recomendações do projeto Município VerdeAzul é fixar uma nascente modelo para execução de ações pedagógicas junto à comunidade em geral”, observa o biólogo Anderson Martelli, diretor da SAMA. Ele explica que as primeiras intervenções focadas na transformação do local como modelo de estudo datam de 2011, quando se deu o início a um processo planejado de recuperação. De lá para cá, com a parceria da Secretaria Municipal de Educação e participação de ouras entidades representativas da sociedade civil, a área passou por um processo gradativo de recuperação.
A área total estimada em torno de 20.500 m², praticamente dobrou sua cobertura vegetal, conforme demonstram as imagens feitas por satélite. Resultado de um trabalho contínuo de estímulo, incentivo, e participação dos próprios moradores, muitos dos quais, não só aderiram à ideia, como se engajaram no processo, conforme descreveu Anderson Martelli.
Ele comenta que o resultado do trabalho de regeneração da cobertura vegetal pode ser aferido também no curso de água que chegou a estar ameaçado e que hoje se mostra bastante caudaloso. Segundo seus cálculos, contribuiu para as ações mitigadoras implantadas no local, contribuíram para o “sequestro” de aproximadamente 261 toneladas de CO2 (gás carbônico) desde que a área passou a ter a atenção devida do poder público municipal.
Ainda conforme estudos por ele conduzido e publicados em revista científica, a regeneração da mata contribuiu também para a redução da temperatura e aumento da umidade relativa do ar no local. O biólogo disse que realizou medições no próprio bairro, realizando comparações nas cercanias da mata e mais adiante, onde a cobertura vegetal deixa de existir.
Plantio
Martelli calcula ainda que desde que as ações educativas foram introduzidas, mais de 500 mudas de árvores nativas foram plantadas no local. “Evidentemente que nem todas prosperaram. Algumas pegam, outras morrem, mas o mais importante é demonstrar na forma prática para nosso público alvo (estudantes) e pessoas interessadas como funciona esta relação entre a conservação da biodiversidade e a preservação dos mananciais”, contextualizou Anderson Martelli.
O local que um já foi utilizado como depósito clandestino de lixo e de sobras de material de construção, agora tem oferece muita sombra, atrai uma fauna variada e torna a nascente de água existente no local mais protegida.
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