O Mercado Municipal amanheceu nesta quarta-feira, dia 1, com as portas fechadas, pelo menos para a clientela dos lojistas presentes dentro do centro comercial. O prazo colocado pela prefeitura, para que todos os comerciantes desocupassem os boxes, se expirou ontem, dia 31 de janeiro. Devido ao fato, assim como apurado pela reportagem, o poder público municipal realizou a troca dos cadeados do Mercadão e informou aos comerciantes que seria permitido apenas a entrada e saída dos colaboradores para a retirada de mercadorias.
Em contato com o Tribuna de Itapira, o secretário de negócios jurídicos, Mário da Fonseca, informou que “os comerciantes foram avisados que os que não concluíram a retirada das mercadorias até a tarde do dia 31 terão um prazo máximo de quinze dias para retirar”. Ainda segundo Fonseca, “um servidor da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente ficará responsável pela abertura do portão exclusivamente para retirada das mercadorias durante período. Reiteramos que a partir do dia 1 não haverá mais nenhum tipo de atividade comercial no local”.
Os comerciantes receberam um prazo de seis meses, a contar do início de agosto do ano passado, para desocupar o local. O motivo era uma cobrança por parte do Ministério público em cima da prefeitura sobre uma licitação para uso do espaço, que é público, e esta nunca havia sido realizada. Diante da situação, além de ter que promover a regularização do uso dos boxes, a prefeitura também decidiu realizar uma ampla reforma no local para revitalização do Mercado Municipal.
SITUAÇÃO
O Tribuna esteve presente nesta manhã, primeiro dia de fevereiro, e verificou os portões fechados e os comerciantes do lado de fora, aguardando a chegada de um colaborador para abrir o cadeado que, segundo os locatários presentes, havia sido colocado no início da noite do dia 31 de janeiro.
De acordo com Marcelo Robson Aparecido da Silveira, um dos comerciantes de longa data do Mercadão, foram diversas tentativas de conversa com a prefeitura para se tentar estabelecer um novo prazo que, segundo Silveira, o que foi dado não foi suficiente.
“Para a feira é mais fácil mudar. Pra gente é muito diferente, tem que levar as mercadorias que temos para outro lugar que possamos nos estabelecer. Eu estou construindo uma nova loja, só que isso demanda tempo. Na época falei para o Mario que seis meses não daria tempo. Teria que ser pelo menos um ano. Eles dissera que “imagina, se precisar mais um ou dois meses agente negocia”. Fomos procurar outros locais mais as vezes não acha um que dá certo”, comentou.
Ainda segundo Silveira, requerimentos foram enviados à prefeitura e, no momento, todos aguardam um posicionamento de uma juíza que está responsável pelo caso após todos terem entrado na Justiça. “O Sindicato do Comercio e a Associação comercial protocolaram um requerimento à prefeitura com pedido de prazo até julho, mas foi negado. Demos a sugestão de iniciar a reforma pelos fundos para termos mais tempo. No dia 16 janeiro foi feita uma reunião e ai falaram que não iria dar o prazo. Eles não querem mais conversar com agente. Estamos esperando uma resposta da juíza. Ficamos chateados porque fechou nosso ponto de trabalho e temos nossas contas para pagar”, disse.
Adriana Puggina, outra comerciante do Mercado Municipal, que possui loja da família que está presente a mais de 40 anos, se preocupa com suas mercadorias, por serem perecíveis, e da forma como a situação vem sendo levada pela prefeitura. “Achamos que dariam um prazo a mais pra gente, até porque foi isso que nos diziam. Tenho doces e bebidas com prazo de validade. Agente é trabalhador e pagamos os carnês para permanecer no local tudo em dia. Nunca falamos que não iriamos sair ou que éramos contra a reforma do Mercadão”, comentou.
PROJETO
O projeto arquitetônico do novo Mercado Municipal foi concluído pela administração municipal. As reformas irão preservar as caraterísticas históricas do prédio, mas com a proposta de reformulação de todo o espaço, que receberá modernas estruturas e layout. Serão aplicados na reforma R$ 7,2 milhões. Os recursos são provenientes do contrato de financiamento junto ao Finisa (Programa de Financiamento a Infraestrutura e ao Saneamento). Veja a matéria completa do projeto clicando aqui.
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