O Caami (Centro de Acolhimento de Animais do Município de Itapira), entregue em novembro do ano passado pelo governo de José Natalino Paganini, segue inoperante e deve continuar assim até 2022. O projeto apresentou falhas que obrigatoriamente precisarão ser sanadas pela atual administração, entre elas a adequação da estrutura às normas exigidas pelo CFMV (Conselho Federal de Medicina Veterinária) e elaboração de legislação municipal para criação do serviço. Para o secretário de Negócios Jurídicos e Cidadania, o vice-prefeito Mário da Fonseca, a Prefeitura terá que investir em torno de R$ 200 mil para deixar o espaço em ordem, sendo que a verba será destinada no orçamento de 2022.
A estrutura foi construída ao lado do Almoxarifado Municipal, às margens da SP-147 (Itapira-Lindoia). Fonseca lembrou que uma vistoria realizada por uma médica-veterinária, contratada ainda na gestão passada, apontou diversos problemas na obra, o que impossibilitaria a aprovação do serviço pelo órgão. “Quando assumimos e fomos tomar pé dessa situação, o Caami, do ponto de vista técnico-veterinário, apresentava vários problemas de ordem de obras e estrutura. Para deixar em ordem e ser aprovado pelo CFMV, calculamos (investir) uns R$ 200 mil. Vamos destinar uma verba no ano que vem para deixar tudo em ordem”, relatou.
O relatório é assinado pela médica-veterinária Gabriella Fiordelisio. A reportagem do Tribuna de Itapira teve acesso ao documento intitulado ‘Guia para Reconstrução e Manutenção do Caami’. São listados 40 pontos que precisam de intervenção, correção ou reconstrução, divididos em 13 áreas do centro. O documento aponta falhas críticas, como seis baias construídas com caída de água ao contrário, o que provoca a inundação nos espaços destinados aos animais. Aponta também para a necessidade de instalação de um tanque, que ficou fora do projeto original. ‘Do lado de fora, próximo ao corredor do canil, colocar um tanque para a limpeza’, acentua o texto escrito em caixa alta, negrito e com três pontos de exclamação. Sobre a sala de banho e tosa dos animais, a orientação é bem específica. ‘Aumentar o ralo da banheira. É muito pequeno, vai entupir’, pontua.
O relatório destaca também a necessidade de colocação de ralos em diversas salas e áreas do Caami, para facilitar o escoamento da água e urina dos animais. Será necessário ainda prolongar a cobertura do setor das baias dos cachorros, para que ofereça mais sombra. O documento sugere também: construir um depósito de alimentos maior, construir duas baias de quarentena no tamanho adequado, instalar alambrado a cada três baias para gerar um solário maior aos animais, aumentar o tamanho do gatil e telhado para que os gatos não fiquem no sol, instalação de uma pia dentro do ambulatório, um chuveiro para que os trabalhadores possam se limpar, entre outros. São 40 apontamentos divididos em 13 áreas.
O Centro de Acolhimento de Animais foi entregue em 13 de novembro, poucos dias antes da eleição de 2020, realizada em 15 de novembro. O empreendimento custou cerca de R$ 390 mil, verba parlamentar oriunda do governo estadual. Em emenda no orçamento de 2021 foram destinados mais R$ 70 mil para o funcionamento. O prédio administrativo conta com oito salas, três banheiros e duas áreas de confinamento. Já o espaço para acolhimento dos animais possui 30 baias com áreas de sol e descanso, sala para atendimento veterinário, sala de banho, depósito, banheiro, gatil e também área comum.
“Temos uma obra que foi feita de forma apressada, com finalidade eleitoreira. Fizeram um prédio na correria, para entregar por causa da eleição e não tinha nem uma lei municipal regulamentando o Caami. Sem a aprovação do CFMV e sem a lei que regulamenta, o centro não pode funcionar”, afirmou o vice-prefeito. Sobre a verba no orçamento, explicou que o valor foi destinado para um serviço e setor que sequer existiam na estrutura da Prefeitura. “A administração vai ter que mandar uma lei para a Câmara Municipal regulamentando e especificando o Caami. O projeto já está pronto. Feito isso temos todo processo burocrático de documentação para a aprovação do Conselho Federal de Medicina Veterinária”, completou.
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