O mês de agosto foi muito especial para a colônia síria radicada em Itapira, cujos integrantes festejaram os 97 anos da comerciante Evelina Aek, proprietária desde o distante ano de 1948 da loja de calçados Munir, o que faz dela a decana da rua principal do nosso comércio, a José Bonifácio.
Pessoa sempre afável, dona Evelina não pensou duas vezes no início da década passada, em receber familiares que fugiam da guerra civil que ainda hoje assola seu país de origem, a Síria. Com seu gesto, a matriarca ajudou a transformar Itapira em um local que deu acolhimento a cerca de 20 refugiados entre, filhos e netos de seu irmão Nassrallah Ayek e da cunhada Anjel Mamarbachi. A grande maioria ainda permanece aqui na cidade.
Uma das sobrinhas, a empresária Faten Ayek Koyama, casada com Valter Koyama e mãe de Peter, de 06 anos, chegou no final da primeira década deste século para morar com a tia e foi testemunha das dificuldades iniciais para a chegada dos demais irmãos e sobrinhos, sendo ela decisiva na ajuda para que todos eles se adaptassem à nova realidade, da melhor forma possível.
Um dos irmãos é o engenheiro elétrico Fady Ayek, ganha a vida realizando instalações elétricas quando requisitado e tem uma oficina de reparo de eletrodomésticos na rua comendador João Cintra. Ele falou para O TRIBUNA DE ITAPIRA da dificuldade em sair com a roupa do corpo e deixar tudo para trás, imóveis, emprego, estudo, parentes e renda e de repente, se integrar a uma cultura totalmente diferente daquela a que estava inserido.
Pai de quatro filhos – todos eles nascidos em Itapira – ele faz questão de exteriorizar a mão da providência divina que colocou a tia Evelina no caminho dele, dos pais e dos irmãos e sobrinhos. “Não existe palavras que possam expressar toda a gratidão que temos para nossa tia e de uma forma indireta para os itapirenses que nos acolheram com enorme carinho”, diz Fadi.
Superar adversidades, segundo ele, tem sido uma rotina para ele e para os familiares, o que envolve a nova geração, representada por jovens que tiveram que superar desafios relacionados por exemplo em dominar um novo idioma e se integrar à vida ocidental. Depois de frequentarem escolas públicas, alguns deles fizeram faculdade.
É o caso da farmacêutica Josfin Habib, de 24 anos, que é colaboradora da filial da Droga Raia aqui de Itapira. Josfin demonstra enorme carinho pela tia –avó, da mesma forma, manifestando orgulho, se considera perfeitamente integrada após esses anos todos à rotina da cidade que adotou como sendo sua. “Gostamos muito e somos muito gratos a Itapira”, declarou.
Leave a Reply