Servidores públicos municipal e o comércio local passaram a relatar problemas junto da administradora dos cartões de auxílio refeição dos trabalhadores da Prefeitura, a Sindplus. A reportagem do Tribuna apurou que o contrato foi finalizado no dia 16 de abril pelo Executivo, e não renovado devido às reclamações. Estabelecimentos comerciais alegam a falta de repasse dos valores por parte da operadora, e deixaram de aceitar o cartão, fazendo com que diversos cidadãos ficassem sem poder gastar os valores creditados no vale.

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Contratada em 2013, durante o governo de José Natalino Paganini, a Sindplus é responsável por administrar os cartões de vale refeição de todos os servidores públicos municipais da Prefeitura. Cada trabalhador, atualmente, recebe R$ 402,00 por mês como auxílio refeição. Esse valor é repassado pela Prefeitura à Sindiplus. O trabalhador usa o cartão nas lojas conveniadas, que totalizam cerca de 30 no município, que posteriormente recebem o montante da operadora de cartões.

O Secretário Municipal de Administração, Rosário Antônio Cicotti, informou que são aproximadamente 2,2 mil servidores da Prefeitura que recebem o vale. Multiplicado por R$ 402,00 o Executivo envia à Sindiplus entre R$ 800 a R$ 900 mil por mês. Porém, o repasse da operadora aos supermercados, ocorre, por acorde entre eles, segundo apurou a reportagem do Tribuna, após 72 dias.

“Aqui conseguimos receber uma parte dos valores na sexta-feira. Mas eles estão atrasando o pagamento. Esse problema começou há cerca de dois ou três meses. Já não estamos mais aceitando os cartões, com receio de não receber da Sindplus”, afirmou um comerciante que preferiu não se identificar.

O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais informou que os comerciantes locais ainda possuem um crédito a receber da Sindplus de aproximadamente R$ 3 milhões. “No mês passado as lojas de Itapira já passaram a não aceitar o cartão da Sindplus. Essa empresa está com esse mesmo problema em diversas cidades, como em Barueri, Rio das Pedras, entre outras. O valor total em aberto segundo levantamento é de R$ 3 milhões, desde fevereiro, de toda a rede credenciada”, informou a presidente do Sindicato, Cristina Helena Gomes da Silva.

Cicotti informou que não havia problema antes do começo desse ano. “O contrato venceu em 16 de abril. Eles estavam repassando os valores aos supermercados, rigorosamente em dia, mas passaram a ter problemas. Até então não haviam motivos para rescindir o contrato. Agora, que venceu o contrato vamos fazer uma nova licitação. A prefeitura tem intermediando para ajudar os comerciantes e os servidores”, comentou.

A Acei (Associação Comercial e Empresarial) informou que também está de portas aberta para auxiliar os comerciantes, caso seja necessário. A prefeitura postou um comunicado em suas redes sociais na semana passada. “A Prefeitura de Itapira esclarece a todos os servidores públicos que os problemas relacionados à suspensão da utilização do cartão alimentação no comércio local ocorreram devido a tratativas financeiras entre Sindplus e os referidos estabelecimentos. Todos os pagamentos da Prefeitura feitos à empresa Sindplus estão rigorosamente em dia”, descreve o texto.

De acordo com a concorrência em 2013, as empresas poderiam oferecer descontos sobre o valor individual do auxílio refeição que é pago aos servidores através do cartão. A Sindplus, durante o pregão presencial, ofereceu um desconto de 7,9% sobre o valor de cada cartão. Assim, os funcionários da Prefeitura recebiam, na época, R$ 230,00, mas a Prefeitura pagaria por isso apenas R$ 213,70.

O Secretário de administração informou que será realizada uma nova concorrência pública, e até o processo ser finalizado, os servidores receberão o valor do auxílio refeição em depósito em conta corrente. A reportagem tentou entrar em contato com a Sindplus por diversos números disponibilizados pela própria empresa em seu site, porém, não houve retorno.

Tanto Cristina quanto Cicotti afirmaram que estão avaliando a forma de auxiliar os trabalhadores que ainda têm crédito no cartão. “A maioria já utilizou todos os valores. Creio que uns 10% apenas contam com crédito no cartão”, disse Cicotti.

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