O Itapirense Anthony Kressel, de 38 anos, incluiu em seu currículo pessoal já repleto de experiências inusitadas, algo que irá marcar sua vida para sempre, conforme ele mesmo admitiu em conversa por telefone com o TRIBUNA DE ITAPIRA, na noite de quarta-feira, dia 10, a partir do Aeroporto Internacional de Telavive, a capital israelense, onde aguardava a partida de um voo que o levaria de volta aos Estados Unidos, país onde vive desde 2018 e onde se naturalizou.

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Kressel integrou um grupo criado pelo governo americano, cujo objetivo é o de agir em situações específicas a serviço de países aliados, como é o caso de Israel, envolvido desde 7 de outubro do ano passado, em uma sangrenta guerra contra o grupo terrorista Hamas, dentro da faixa de Gaza, enclave do povo palestino localizado próximo a Israel.

Anthony, que mora em Los Angeles e trabalha em um escritório de advocacia nesta que é a segunda maior cidade americana (depois de Nova Iorque), disse que recebeu a convocação no início de dezembro, informando que precisaria se apresentar junto à base do Exército em sua cidade.

“Foi tudo muito rápido. Passei por um período de treinamento técnico focalizando aquilo que iria desempenhar, que não guarda relação com a linha de frente dos combates, mas o auxílio em operações de logística para facilitar a vida dos militares envolvidos diretamente no combate”, esclareceu.

Como já possuía experiência com armas – que adquiriu após um longo período quando morou na Itália (a partir dos 19 anos) – não precisou se alongar no período de treinamento. A partida para Israel ocorreu no dia 27 de dezembro. “Foram duas semanas intensas”, assegurou.

Kressel disse que por questões de confidencialidade, não poderia fornecer maiores detalhes a respeito de sua rotina em Gaza, mas garantiu que ele e o grupo do qual fez parte, foram poupados de agirem em situações limites, onde havia combatentes sendo mortos. “Por outro lado, os deslocamentos que realizei em missão, expuseram diante dos meus olhos uma cidade totalmente arrasada, com pessoas sofrendo muito com a guerra, um cenário apocalíptico, do qual jamais vou me esquecer”, comentou.

Feridas

Contou ainda que o curto tempo em que passou em Telavive foi suficiente para testemunhar como a atual situação atual mexe com a sociedade israelense. Ele revela que no seu entendimento, “Foram abertas feridas que irão demorar para serem cicatrizadas”. Mencionou o fato de serem observados por toda a cidade, cartazes com fotos dos israelenses sequestrados pelo Hamas e de combatentes que morreram no enfrentamento. “Uma situação surreal, não tem como você ficar indiferente”, concluiu.

Kressel atuou por duas semanas na região após convocação do governo americano

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