Uma verdadeira onda de insegurança tomou conta de gestores e alunos das escolas de Itapira após os acontecimentos de grave violência ocorridos em centros de ensino de São Paulo e Blumenau. A preocupação chegou até as famílias e, de uma forma ou de outra, coloca em dúvida a presença das crianças nas escolas, um dos locais de maior importância para os jovens. Esse é o desafio que vem sendo enfrentado pela Secretaria de Educação que, através de diversas ações, vem tentando manter a integridade das instituições e preservar a “identidade da escola” executando um “trabalho dinâmico de paz”, segundo destacou para o Tribuna de Itapira a secretária de educação, Regina de Santana Lago Gracini.
As medidas buscam tranquilizar tanto a família como o corpo docente escolar. As ações que estão sendo tomadas em todas as escolas fazem parte de um protocolo organizado pela Educação e incluem a Ronda Escolar intensificada, realizada em parceria com a Guarda Civil Municipal principalmente na entrada e saída dos turnos, análises do perímetro das escolas buscando encontrar locais de fragilidade que poderiam permitir algum tipo de invasão e orientação junto aos professores com as forças de segurança.
“Todo esse trabalho de proteção à escola está sendo colocado em prática para também dar um suporte aos pais e tranquilizar as crianças. Os psicólogos da Educação e Assistentes Sociais estão marcando presença nas escolas. Nosso objetivo no momento é não perder a identidade escolar. Temos que reforçar que a relação da família e escola é de extrema importância, por isso estamos fazendo esse trabalho que envolve ambas as partes. A colaboração dos pais é muito importante”, comentou Regina.
Ainda de acordo com a secretária, os gestores das escolas estão preparados para os desafios, tentando manter o ambiente escolar como um “lugar de acolhimento, afeto e amizades realizando um trabalho dinâmico que busca a paz”. Ela também citou a questão da internet, como sendo um meio influenciador e que pode estimular as crianças e terem uma visão equivocada das situações. “A internet é um bom meio de acesso à informação mas, devido a ingenuidade das crianças, elas acabam sendo coagidas a fazer coisas erradas”, disse.
RECURSOS
Segundo apurado pela reportagem junto à Educação, existe uma Coordenadoria de Educação Especial que está trabalhando com afinco neste momento, atuando de maneira mais próxima e direta junto com alunos das escolas que apresentem mudanças de comportamento, realizando dezenas de atendimentos.
Na dinâmica dos trabalhos, professores e gestores, ao verificar alunos muito quietos ou com sinais de violência, organizam um relatório que é encaminhado para a Coordenadoria. O responsável pelo setor, que se encontra na sede da Secretaria de Educação, juntamente com psicólogos e assistentes sociais, se deslocam até a escola e observam o aluno em questão.
A partir desse momento, além de entrar em contato com a família, o aluno pode ser encaminhado para o chamado Recursos Multifuncionais, um local que atende durante todo o dia em salas localizadas nas escolas Virgolino de Oliveira, na Vila Izaura, e na escola Marco Antônio Líbano dos Santos, no Jardim Guarujá. Lá as acrianças passam por avaliações mais específicas e trabalhos direcionados são realizados. Cabe ressaltar também que crianças portadoras de necessidades especiais, como autistas, também são atendidas no local.
Segundo dados da Educação, o último balanço de atendimentos psicopedagógicos realizados estavam somando 88 por mês, sendo 30 na escola Virgolino de Oliveira, 28 na Marco Antônio e 30 na João Simões. Já no chamado “Atendimento Educacional Especializado”, foram 33, com 13 crianças atendidas na Marco Antônio e outras 20 na Virgolino de Oliveira. “Temos em nosso planejamento a instalação de mais duas salas de Recursos Multifuncionais. O objetivo é atender a Educação Infantil. Além disso, queremos otimizar a equipe da Coordenadoria de Educação Especial com um fonoaudiólogo, que inclusive já foi aberto processo seletivo”, concluiu Regina.
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