Em meio a tantas notícias ruins na área econômica, o setor de proteção ao crédito da Associação Comercial e Empresarial de Itapira (ACEI) trouxe um dado importante na comparação entre o primeiro semestre deste ano e de 2022, quando segundo os registros da ACEI, o total de pessoas endividadas saltou de 730 para 784 pessoas com o nome sujo na praça.

some text


O aumento ficou em torno de 5%, também para o estoque da dívida, que era de R$ 567.870,24, passou a R$ 596.558, 35. Situação bem diferente daquela relatada aqui mesmo no jornal TRIBUNA, na comparação dos períodos 2021 e 2022, assunto abordado em reportagem publicada em 23 de janeiro deste ano. O total de dívidas acumulado era de quase R$ 6 milhões, no período de janeiro a dezembro de 2022, 27% a mais do que o ano anterior.

De janeiro a junho deste ano foram 1.221 “ocorrências”, ou seja, dívidas contraídas, que dá uma média de 1,557 por consumidor endividado. No mesmo período do ano passado eram 1,545 em média. O total de clientes com apenas um registro bateu no semestre passado,611 deles; 150 possuem de 02 a 05 registros e os que possuem mais de 05 registros são 23 indivíduos, curiosamente, mesmo número catalogado no final do primeiro semestre do ano passado.

Os que estão com o nome sujo por causa de dívida até R$ 50,00, somam 162 pessoas (R$ 4.988,00). Até R$ 100,00 – valor fixado recentemente em programa do governo federal junto aos bancos para limpar nome de pessoas endividadas (o ‘desenrola’) – são 183 (R$ 14.223,00). Até R$ 500,00 forma o maior contingente, com 565 pessoas e estoque de R$ 133,975,00. Dívidas de até R$ 2.000,00 afetam 83 pessoas, que deixaram de pagar contas no valor de R$ 112.803,00. E 30 consumidores possuem dívidas acima de R$ 2.000,00, que em números absolutos representam a maior fatia a receber por parte de estabelecimentos comerciais da cidade: R$ 196.351,00.

Cenário

O gerente da Associação Comercial e Empresarial (ACEI) Rafael de Oliveira Pedroso disse que vários fatores ajudam a explicar a queda do endividamento no setor comercial do município. Segundo sua análise, o cenário na virada de 2022 para 2023 estava fortemente influenciado pela pandemia. “Notamos a criação de mais postos de trabalho na cidade, além de outras medidas relacionadas ao gerenciamento do crédito em diversas lojas”, citou.

Pedroso mencionou que muitas lojas passaram a exigir pagamento com cartão de crédito em compras com prazo mais dilatado. “Outras lojas terceirizaram sua carteira de crédito, ou passaram a ser mais restritivas. Tudo isso acabou impactando no crescimento da inadimplência”, pontuou.

O gerente comentou ainda que a ACEI vem priorizando uma campanha de recuperação do crédito que tem, segundo ele, produzido bons resultados. Apesar dos indicadores serem positivos, se comparados com a situação geral dos brasileiros (estimativas oficiais indicam que 80% da população está endividada), Rafael Pedroso observa que o cenário ainda preocupa, pelo fato de muitas empresas estarem endividadas junto ao sistema financeiro, cujo nível de inadimplência não é aferido por órgãos como o SCPC-Serasa que atende aos comerciantes.

Deixe seu comentário

Seu e-mail não será publicado.