Além de celebrar o Dia da Árvore, o 21 de setembro é lembrado também por causa de uma outra efeméride, essa ligada à área da saúde; o Dia Mundial da Doença de Alzheimer e Dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer, criadas a pretexto de para aumentar a conscientização e combater ao estigma que cerca a demência.

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A doença é assim chamada em homenagem ao médico-psiquiatra alemão Alois Alzheimer(1864-1915), o primeiro que se atentou para os sintomas de uma paciente que cuidou em Frankfurt (Alemanha) a partir de 1901 e abriu caminho para o seu estudo cinco anos depois, com o falecimento de Auguste Deter, a paciente por ele tratada.

Em linhas gerais, o mal de Alzheimer é umadoença de lenta e progressiva evolução, que destrói as funções mentais importantes, levando o paciente à demência, isto é, alijado de suas capacidades de raciocínio, julgamento e memória, tornado-o dependente de apoio de terceiros nas suas atividades diárias.

Aqui em Itapira, o médico-geriatra Carlos Ernesto Boretti Ornellas, o Dr. Cal, que tem se destacado no acompanhamento de pacientes com mal de Alzheimer, considera ser da maior importância uma data dentro do calendário onde o assunto possa ser debatido e propagar informações a seu respeito. Ele calcula que no Brasil devam existir cerca de pelo menos 1.200.000 pessoas que já foram diagnosticadas com a doença, com a inclusão de cerca de 100 mil novos casos/ano.

Perguntado se daria para estimar quantos pacientes da doença existem em Itapira, ele disse que se trata de uma projeção difícil de ser feita em função das inúmeras variantes existentes na abordagem da doença.  “Provavelmente, temos muitos casos que ainda nem foram identificados”, arriscou. Revelou, no entanto, que tem atendido em seu consultório, um número maior de pacientes a cada ano.

Ornellas projeta que esses indicadores deverão continuar crescendo de forma mais acelerada devido ao envelhecimento da população e recomenda a adoção de políticas públicas para o enfrentamento desta nova realidade. “Faltam no país instituições de longa permanência especializadas no tratamento do Alzheimer, Onde colocá-los (aos pacientes) e como tratá-los representará um desafio muito grande”, aponta.

Ele explica que o paciente necessita de acompanhamento permanente e cuidados especiais, algo não acessível a boa parcela da população. Para complicar ainda mais a situação, Dr. Cal Ornelas lembra que apesar de alguns avanços na área médica, não existem medicamentos eficazes a ponto de reverter o quadro clínico dos pacientes. “Ainda não chegamos ao cálice sagrado que possa ser festejado como um divisor de águas no tratamento do Alzheimer”, lamentou.

Prevenção

Por outro lado, ele observa que alguns cuidados elementares podem e devem ser tomados com relação àquelas pessoas que se aproximam dos 60 anos de idade, preferencialmente. Basicamente diz respeito a cuidados médicos envolvendo outras especialidades, tais como a aplicação de testes neuro-psicológicos, principalmente em pessoas com histórico da doença na família, “E uma atenção muito especial no controle de problemas como hipertensão, diabetes, doenças vasculares e tireoide”.

O especialista considera ainda essencial uma rotina saudável com alimentação balanceada, abstenção de tabagismo e sobretudo evitar o sedentarismo. “Movimentar-se, manter a mente ocupada, são fatores que colaboram para que as pessoas, sobretudo aquelas que tem propensão a desenvolver a doença, não apresentem uma evolução mais acelerada dos sintomas”, concluiu.

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