Informação divulgada no decorrer da última semana pelo JORNAL O ESTADO DE S.PAULO, demonstra que a apreensão de drogas sintéticas aumentou em todo Estado cerca de 10 vezes neste ano, em comparação com 2022. Foram apreendidos, segundo o diário paulistano, até o mês passado, cerca de 113,5 quilos, ante 11,6 quilos em 2022.

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Chamadas de drogas K, essas substâncias chegam a ser mais potente do que a maconha em até 100 vezes. Fabricadas em laboratórios improvisados, representam um desafio também para a comunidade científica que tem dificuldades em estabelecer as substâncias utilizadas em sua fabricação – fato que dificulta, por exemplo, que seja tipificada como produto ilegal, cujo comércio e distribuição sejam proibidos.

Aqui na região, conforme informou a Delegada Seccional de Mogi Guaçu, a itapirense Dra. Edna Elvira Salgado Martins, as equipes de combate ao tráfico de entorpecentes, estão bastante atentas à “novidade”. Segundo Dra. Edna, somente neste ano foram apreendidas 400 gramas dessas substâncias, em Mogi Mirim, Mogi Guaçu e Jaguariúna.

Itapira, pelo menos até o presente momento, não registrou nenhuma apreensão. O delegado titular de Itapira, Dr. Anderson Casimiro de Lima, comentou a questão afirmando que se trata de um fato que tem merecido da equipe de sua equipe de investigação “atenção redobrada”. Os problemas sociais que estas substâncias causar pode ser tão ou mais devastadoras do que acontece hoje em dia com o crack. Além do elevado poder viciante, ocasionam efeitos colaterais como alucinações, ataques de raiva, agressividade, arritmia cardíaca, paranoia e convulsões, podendo levar o usuário à morte.

Segundo o delegado Anderson, o quadro atual guarda semelhança com a proliferação do crack no começo deste século, “Com a distribuição tendo início nos grandes centros e, posteriormente se espalhando por outras localidades”. Ele comentou ainda que o fato de Itapira não ter ainda registrado nenhuma apreensão, não significa, necessariamente, que a droga não esteja circulando.

O atual titular da DEPOL mencionou ainda que outro fator comparativo entre o crack e as novas substâncias diz respeito ao custo menor no caso do crack, fator determinante para sua maior proliferação, enquanto que, as drogas sintéticas têm um maior valor de comercialização, limitando, pelo menos por enquanto, seu acesso a alguns estratos sociais mais privilegiados. Dr. Anderson afirma que em nossa região ainda predominam a maconha, “a cocaína de péssima qualidade e o crack. Outros tipos de droga até o presente momento são mais raros”, disse.

Números

Dados divulgados nesta semana pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, e repercutidos na grande imprensa, indicam que as apreensões das chamadas Drogas K cresceram cerca de 10 vezes neste ano, em comparação com o ano passado.

Segundo informações divulgadas pelo jornal O Estado de S. Paulo, a polícia civil do estado de São Paulo apreendeu até o mês passado, algo próximo a 115 quilos deste novo tipo de entorpecente, ante cerca de 12 quilos apreendidos em 2022.

Embora muitas vezes chamados de “maconha sintética”, a nova droga é feita em laboratório e nada tem a ver com a planta que tem como um de seus princípios ativos da o tetra-hidrocarbinol (THC), que possui propriedades alucinógenas. São produzidas em laboratórios clandestinos e tem se tornando um desafio até mesmo a comunidade científica “decifrar” os componentes que a tornam atraentes para viciados.

Segundo aquilo que se sabe até o momento, alguns destes compostos teriam um poder alucinógeno – e consequentemente viciante – até 100  vezes mais potente do que a “maconha natural”.  Ainda segundo os especialistas, a droga aumenta a frequência cardíaca, provoca alucinações, pode causar danos psicomotores graves nos usuários, e levar à morte. Além é claro, do seu elevado poder viciante.

Ainda conforme aquilo que tem sido divulgado a respeito da nova droga, na maioria das vezes ela é confeccionada de forma amadora, em “laboratórios improvisados”.  Na maior parte dos casos tem aparência incolor e é esborrifada em papel de seda ou variedades de ervas, para ser consumida inalada com fumaça.

Região

Segundo relato da Delegada Seccional de Polícia, Dra. Edna Elvira Salgado Martins, já houve apreensão da droga em cidades da região, inclusive, em Mogi Mirim, com três registros, um em fevereiro e outros dois mais recentemente, em agosto. A droga também foi encontrada em Jaguariúna (no mês de maio) e em Mogi Guaçu, no mês de setembro.

A delegada informou ainda que as equipes de investigação das diversas delegacias de cidades da região e da própria seccional, estão atentas à movimentação do tráfico. Questionada se o fato de lidar com uma droga que ainda é pouco conhecida acaba trazendo dificuldades no trabalho de investigação, Dra. Edna assegurou que a Polícia Civil age sempre de forma a estar preparada para este tipo de desafio. “A Academia da Polícia Civil disponibiliza inúmeros cursos aos policiais civis, nas mais diversas áreas”, reforçou.

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