Moradores do Recanto do Gravi promovem nesse domingo (17) um evento para marcar um ano da mobilização que evitou a derrubada da mata localizada em APP (Área de Proteção Permanente) do condomínio de chácaras. A programação é aberta à comunidade e se desenvolve das 9h00 às 11h00, à rua Pica-Pau do espaço próximo à vicinal que liga Itapira a Mogi Mirim.

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Em setembro do ano passado, a Prefeitura iniciou a erradicação de árvores para construção de uma rua de acesso a um bairro residencial. Depois de dias de protestos, a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) revogou a autorização para o serviço. A mobilização deve reunir principalmente aqueles que se manifestaram em 2020.

A programação prevê distribuição de sementes, oficinas, plantio de árvores, comes e bebes, bate-papo e mutirão de limpeza. Segundo a arquiteta e moradora do Recanto do Gravi, Raíssa Pereira Cintra de Oliveira, o encontro tem por objetivo lembrar todo o ocorrido no passado. “No feriado de 7 de setembro, a Prefeitura chegou a desmatar uma área de aproximadamente 1.200 metros quadrados da APP sem licença e com o intuito de passar uma rua de acesso a um futuro loteamento. Naquela ocasião alguns moradores se mobilizaram e descobriram que não havia autorização legal por parte da Prefeitura”, relatou.

Segundo Raíssa, as atividades do evento são abertas à comunidade em geral, mas o convite é especial àqueles que participaram ou apoiaram a ação em 2020. “Acabamos convidando todos aqueles que nos ajudaram há um ano, mas todos são bem-vindos. O evento acontece na rua Pica Pau, em frente à mata que tentaram desmatar”, informou. Ela é também fundadora do núcleo itapirense do BR Cidades, organização nacional que debate diversos temas sociais, principalmente nas questões de infraestrutura urbana e desenvolvimento sustentável dos municípios.

Raíssa lembrou que após o ocorrido no ano passado, nenhuma outra ação foi realizada pelo poder público, o que classificou de “silêncio assustador”. “Foi solicitado por parte da Cetesb um projeto de recuperação (da APP), que até hoje não vimos acontecer. É um silêncio assustador, que vem acompanhado de ações muito nebulosas e que vêm se repetindo frequentemente no município, infelizmente. É importante dizer que nosso movimento não tem nada a ver com apoio a aquela ou a essa gestão. Nossa pauta é ambiental”, frisou.

Para ela, a abertura constante de novos loteamentos na zona rural da cidade tem prejudicado o meio ambiente. “Enquanto estamos aqui comemorando, sabemos que há um imenso mapa na Secretaria de Planejamento com todo o resto do Gravi loteado, procurando meios de sair do papel. E sabemos que serão como todos os outros loteamentos, sem nenhuma qualidade ambiental. Loteamento não é sinônimo de solução nem para a questão do déficit habitacional, muito menos para a questão ambiental. Então, se quisermos falar de meio ambiente vamos ter que falar de cidade com responsabilidade, incluindo as políticas de desenvolvimento urbano e as políticas habitacionais. Não há como fugir. É necessário enfrentar o problema seriamente e em conjunto com a comunidade”, frisou.

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