A itapirense Rosangela Cristina Inocêncio Rosa, de 54 anos, entrou em contato com a reportagem do Tribuna de Itapira para relatar uma situação de certa gravidade que envolve o Centro de Atenção Integral à Saúde – CAIS e a perda de uma remessa de seus medicamentos por falta de refrigeração. Ela cobra uma posição da Prefeitura, em vista que a falta de medicamento pode acarretar grandes prejuízos ao seu tratamento.

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Rosangela sofre com a doença Arterite de Takayasu, um tipo de vasculite (doença em que ocorre inflamação de vasos sanguíneos) de causa desconhecida e que afeta de forma crônica a maior artéria do corpo humano, a aorta, e seus ramos primários, provocando uma diminuição de seus calibres. A medicação necessária para o tratamento da doença se chama Infliximabe, uma droga injetável.

Segundo relatado ao Tribuna por Rosangela, a medicação é de alto custo, com valor estimado por dose em cerca de R$ 1 mil. Ela conseguiu, junto ao governo do estado, subsídio para receber a medicação, que chega por remessas mensais no CAIS, onde ela retira as doses e leva para a Unicamp, local onde é medicada e realiza o tratamento, recebendo de quatro a cinco doses a cada cerca de 60 dias.

O motivo da reclamação veio com a chegada da remessa de outubro, a qual Rosangela deveria receber 15 doses do medicamento. Porém, apesar do remédio ter chego ao CAIS, ela não pode retirar o mesmo, pois todas as doses haviam “estragado” devido a uma falta de refrigeração dos frascos, fator importante para a preservação da droga.

“Fiquei extremamente preocupada por não conseguir pegar as doses para meu tratamento. Solicitei e consegui uma declaração informando que as doses chegaram mas que não pude fazer a retirada devido a perca do medicamento por falta de refrigeração. Foi quando entrei em contato com a ouvidoria da Prefeitura e depois com a Direção Regional de Saúde de São João da Boa Vista”, contou.

Segundo Rosangela, a Direção Regional de Saúde informou que as doses perdidas não seriam enviadas novamente e que quem deveria arcar com a compra do medicamento deveria ser a Prefeitura de Itapira. Junto ao CAIS, a única informação que Rosangela conseguiu foi de que sua próxima remessa estaria chegando apenas em dezembro e que não havia uma previsão sobre as 15 doses perdidas, motivo que levou a paciente a procurar a reportagem e expor a situação preocupante.

PREFEITURA

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura e conseguiu confirmar a veracidade do ocorrido com o medicamento de Rosangela. Porém, conforme apurado, a situação é bem mais grave, pois, além das 15 doses perdidas do remédio da reclamante, outros seis tipos de medicamentos também ficaram inutilizáveis devido à falta de refrigeração dos frascos. Todos eles são de alto custo e deverão acarretar um prejuízo aos cofres municipais de pouco mais de R$ 50 mil.

A Prefeitura informou que “realmente houve uma falha de um funcionário e os medicamentos se perderam pois ficaram fora da geladeira”. Um responsável pela Vigilância analisou os remédios e constatou que todos, por serem muitos sensíveis, haviam perdido sua função.

Segundo apurado, foi pedido uma cotação de preços dos medicamentos, sendo enviado ao Departamento Jurídico um documento que dará continuidade a um processo em que serão tomadas medidas administrativas sobre a falha do funcionário e a compra dos medicamentos por parte da Prefeitura.

“Serão comprados todos os medicamentos da forma mais rápida possível em vista da importância dos mesmos para os pacientes. Existe um processo legal e de tramitação que deve ser seguido. O município e sua administração tem responsabilidade sobre qualquer ato de servidor”.

Rosangela procurou a Tribuna para expor situação

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