Assunto que repercutiu de forma intensa ao longo da semana, a morte por febre maculosa de três pessoas que participaram de um mesmo evento festivo na zona rural de Campinas, não passou despercebida aqui na cidade. Nas redes sociais o caso foi objeto de intermináveis comentários.

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O TRIBUNA DE ITAPIRA conversou a respeito do assunto com o médico veterinário, Rodrigo Silva Bertini, coordenador do departamento de controle de zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde. Ele assegurou que tanto a área de saúde, quanto a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente (SAMA) têm trabalhados juntas para monitorar locais onde capivaras costumam circular.

O animal é hospedeiro do carrapato estrela (Amblyomma cajennense), que transmite as bactérias do gênero das Rickettsia, que causa a febre maculosa. Não somente isso. Segundo Bertini, o organismo das capivaras, notadamente as mais jovens, amplifica a ação da bactéria, algo que, segundo ele, não ocorre por exemplo com os cavalos. Daí a maior preocupação no monitoramento das capivaras.

Bertini esclarece que somente um grupo está estabelecido na zona urbana. Trabalho feito há alguns anos pelo próprio setor de zoonoses, aferiu 12 delas. Contudo, segundo o coordenador, mais recentemente algumas foram encontradas mortas por atropelamento e pelo menos uma foi retirada do Ribeirão da Penha, também morta.

Meio Ambiente

Ao notar a presença cada vez mais frequente do grupo transitando de uma faixa que vai do alagadiço que margeia a SP- 352 até as margens do Ribeirão da Penha no final da avenida dos Italianos e começo da avenida Juritis, as áreas do meio ambiente e saúde passaram a  monitorar o assunto mais de perto.

Foram procurar ajuda na área ambiental do governo paulista, para pedir orientações mais precisas a respeito de como lidar com as capivaras. Bertini lembra que desta aproximação, resultou um encontro realizado aqui na cidade em 2022, que trouxe a Itapira autoridades ligadas ao departamento de fauna (DEFAU) da Secretaria Estadual de Meio Ambiente.

“Durante esse encontro foi dito com toda clareza que em ambiente aberto não se mexe com animal silvestre”, recorda Bertini. Ele contou ainda que a área técnica da Secretaria Estadual de Meio Ambiente listou algumas medidas que podem, com respaldo legal, ajudar  no controle populacional destes animais, algo que implica no confinamento em local fechado, medida, segundo Rodrigo Bertini, de difícil operacionalização. Seguindo o que foi esclarecido pelas autoridades do governo estadual, neste ambiente de confinamento, é possível realizar vasectomia e laqueadura nos indivíduos do grupo.

Ações

As autoridades do município optaram por ações isoladas, como a instalação de placas de advertências em locais onde as capivaras costumam circular. No Parque Felicidade II, onde funcionam a creche “Wilma Munhoz” e a Casa Transitória, além das placas, foi feita uma ação com uso das chamadas “vassouras de fogo” em uma grande área tomada por vegetação, para diminuição da incidência de carrapatos.

Bertini considera que o assunto está sendo bem conduzido aqui em Itapira, o que, segundo ele, não significa que as pessoas devam relaxar em seus cuidados individuais. Ele recomenda que se evite áreas de risco e, principalmente, no caso do aparecimento dos sintomas da febre maculosa (tais como febre alta, dor de cabeça intensa e o surgimento de manchas pelo corpo) deve ser procurado atendimento médico imediatamente. “Estamos em estado de permanente vigilância, mas é importante que a população tome os cuidados necessários para evitar problemas”, finalizou.

Momento é de atenção – Tribuna de Itapira

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