Quando chegam as festas de fim de ano, uma das grandes preocupações dos tutores de cães e gatos é o barulho das queimas de fogos, rojões e outros efeitos sonoros que podem gerar uma série de transtornos para os pets.
Sabe-se que os cães e gatos têm a capacidade de ouvir sons em uma faixa de frequência bem mais ampla do que os humanos. Ou seja, sons graves e agudos que sequer são percebidos pelas pessoas podem gerar alto nível de estresse, ansiedade e medo nos animais.
A reportagem do Tribuna de Itapira entrou em contado com a médica veterinária Maíra Rogatto para saber quais as medidas cabíveis que podem ser tomadas para amenizar o sufoco dos bichinhos durante a virada do ano que, mesmo sendo proibido por lei, muitas pessoas ainda soltam os fogos com estampido.
Segundo Maíra, é importante estar presente junto com o animal e algumas medidas podem deixa-lo mais tranquilo e com maior sensação de segurança. “O ideal é nunca deixar o animal sozinho. Portas e janelas devem permanecer fechadas para evitar uma possível fuga. Na hora do barulho, se possível, ficar bem próximo do animal e proporcionar um local seguro para ele se esconder. Equipamentos de proteção auditivos ou até colocar algodão no ouvido deve ser evitado caso o animal não esteja acostumado, pois pode assustar ainda mais”, explicou.
Medicações e distrações também são uma das possibilidades para tentar amenizar a situação. “Para gatos e cães existem os feromônios sintéticos que podem ajudar. Oferecer uma alimento saboroso para distrair e entreter também pode ajudar. Se caso o animal tiver um medo muito grande, de chegar a passar mal e entrar em estado de choque, deve ser feito contato antecipadamente com o veterinário responsável para uma prescrição de medicação”.
A veterinária ainda ressaltou que essa situação é gerada devido aos cães e gatos terem a audição como o seu sentido mais apurado após o olfato. “Eles chegam a ouvir barulhos que nós nem conseguimos captar. Para eles acabam tendo uma dimensão muito maior, o que gera essa sensibilidade quando os sons são muito altos”
LEI
Desde março de 2019 foi aprovado uma lei municipal que proíbe a soltura de fogos de artifício com estampido. Além disso, em julho de 2021 uma lei estadual sancionada proibiu a queima, soltura, comercialização, armazenamento e transporte de fogos de artifício e de artefato pirotécnico de estampido no estado de São Paulo.
A proibição se aplica a recintos fechados, ambientes abertos, áreas públicas e locais privados. Fogos que produzem efeitos visuais sem estampidos podem continuar a ser utilizados e comercializados. Apesar da questão judicial, é comum ouvir o barulho dos rojões em comemorações. Autoridades locais se empenham em coibir esse tipo de situação e denúncias são sempre bem vindas. Se identificado o infrator, cabe multa.
VIAGENS
Também é muito comum observar pessoas que levam os animais junto em viagens nesta época de verão e férias. Maíra destacou que nesses casos a questão da hidratação, alimentação e também proteção contra doenças devem ser levadas em consideração.
““Nunca deixar o animal em calor muito intenso. Se for levar na praia, deve-se evitar os horários de sol muito forte. É importante lembrar que existem praias em algumas regiões que tem o mosquito da leishmaniose, então preparar o animal com antiparasitário tanto interno como externo é muito importante. Com relação à alimentação, deve ser dado o que o animal está acostumado a comer em casa”, concluiu.
Deixe seu comentário