Problema recorrente na gestão de Toninho Bellini, as dificuldades de fazer com que Itapira tenha uma coleta de lixo operando de forma correta e regular parece ser um dos grandes desafios da atual administração municipal. Desde o ano passado, as pilhas de lixo se amontoam nas lixeiras das casas e empresas rotineiramente e, ao que tudo indica, é grande a possibilidade da situação se agravar e ficar parecida com o caos que foi em 2024, que culminou, inclusive, em agravar ainda mais a epidemia de dengue naquele ano – epidemia que está instalada novamente em Itapira.
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Isso porque a mesma forma de lidar com a situação, que não foi positiva no passado, se repete em 2025. Ainda era ano de 2023, e a responsável pela coleta do lixo era a Cleanmax. O contrato iria se encerrar em 31 de dezembro daquele ano e, em outubro, a Prefeitura deu início ao processo de licitação, que demorou a se encerrar. A contratação da ESN Prestação de Serviços Guararapes Ltda., por R$ 3,13 milhões, ocorreu apenas em abril de 2024, após o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo suspender os processos em duas oportunidades devido a representações e necessidades de ajustes no edital.
Nesse meio tempo, foi necessário firmar um contrato emergencial com a Cleanmax para o serviço não parar. Porém, a coleta de lixo era quase que inexistente nessa época, os dias das coletas vinham sendo suprimidos, gerando um acúmulo cada vez maior de lixo nos bairros.
Sendo assim, a ESN já assumiu com a necessidade de colocar a coleta em dia, mas não foi o que aconteceu. O início dos trabalhos da empresa em Itapira foi conturbado, sendo marcado por paralizações a partir da SIEMACO (Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação e Trabalhadores na Limpeza Urbana e Áreas Verdes) devido às condições dos caminhões da ESN, em relação à segurança e derramamento de chorume nas ruas. O caso chegou até a ter uma audiência realizada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 15ª Região.
Repetido
Passados todos esses imbróglios, a ESN tocou o serviço, mas sempre gerando reclamações da população devido aos “furos” nas coletas, além do derramamento de chorume nas vias – que chegou a causar até acidente de trânsito.
A última reclamação em massa da cidade ocorreu na última semana, com cerca de 15 bairros ficando sem a coleta. Assim como a Prefeitura fazia em 2024, se mantém em 2025, com a administração emitindo apenas notificações para a empresa, assim como foi confirmado ao Tribuna.
E agora, assim como disse o líder do Prefeito na Câmara, vereador Fábio Galvão (PSD), durante sessão de quinta-feira, 13, “a administração iniciou um processos judicial contra a empresa, na qual foi feito um ajuste, que a mesma irá apenas terminar o primeiro ano dela, e sendo assim o setor de licitação já iniciou o processo licitatório para a coleta do lixo”.
Cabe ressaltar, que o contrato com a ESN termina em abril, sendo assim, a Prefeitura deu início ao processo cerca de dois meses antes do prazo de encerramento, assim como feito na última vez.
Além da empresa poder “não gostar” da medida, já que foi afirmado ao Tribuna por um representante da ESN durante visita à sede da empresa na cidade que a mesma teria a intenção de continuar prestando o serviço, caso não dê tempo novamente de concluir a licitação, um contrato emergencial pode vir a ser firmado por necessidade e, neste ponto, a população lembra bem como foi o prestação de serviço, ou melhor, a falta dela.
A falta de coleta de lixo implica na saúde pública. Com uma nova epidemia de dengue, lixo acumulando pelos quatro cantos da cidade, junto com as chuvas, geram focos de procriação do mosquito e podem agravar ainda mais a situação – como ocorreu em 2024.
Planejado?
Uma apuração do Tribuna, com uma fonte próxima, deu a entender que a falta de tempo para concluir a licitação, possivelmente, é exatamente o que a atual administração quer. Isso porque a gestão estaria com a intenção de contratar o serviço da coleta de lixo via consórcio que presta serviços de interesse público, o qual Itapira passou a fazer parte. A contratação pelo consórcio é mais direta, porém, com menor prestação de contas em relação ao que está se contatando e por quanto.
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