A queda de temperatura costuma trazer atrelada uma queda maior que muitas pessoas possuem pelo vinho. Para um grupo de mulheres aqui da cidade, essa constatação apenas reforça o que elas descobriram como um exercício de curiosidade pessoal que acabou se transformando num hobby.

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A Confraria das Marias – que reúne mulheres que se tornaram apreciadoras e experts da milenar bebida – está de contagem regressiva para festejar o quinto ano de existência. A servidora do Poder Judiciário
Adriana Carecho, uma das fundadoras do coletivo, revela que a data redonda dos cinco anos de criação do grupo dar-se-á em agosto próximo.

Antecipou, no entanto, que neste mês o grupo – atualmente composto por 17 mulheres de diversas faixas-etárias – terá como atividade no encontro mensal ordinário realizado sempre no terceiro sábado do mês, nova participação no evento Vinho No Trem, projeto sensorial e cultural realizado em Campinas, o qual, como sugere o próprio nome, tem a finalidade de iniciar as pessoas no universo dos vinhos, oferecendo como atrativo um passeio de trem.

Adriana conta que a ideia de criar a confraria itapirense nasceu depois que ela e outras colegas participaram da primeira edição, em junho de 2017. Até então, a “experiência etílica” de cada uma se resumia, geralmente, ao acompanhamento da preferência dos maridos pela cerveja. “Não que a gente não beba mais cerveja. Amamos uma cerveja num bom boteco. Mas a experiência com o vinho foi um divisor de águas”, disse a moça em conversa com o TRIBUNA DE ITAPIRA.

Iniciação

Aquilo que puderam extrair do passeio acabou mexendo com as amigas a ponto de decidirem criar o próprio grupo para imersão no assunto. “Conhecemos exemplos de outras confrarias e achamos aquilo tudo fantástico. Assim surgiu a Confraria das Marias”, recorda.

 O processo de iniciação, segundo ela, foi recatado. “Começamos tomando vinhos suaves, tipo Canção e Sangue de Boi”, contou, referindo-se a marcas populares de vinhos nacionais que não são famosas exatamente por causa da qualidade.

A partir do momento em que o grupo foi se estruturando e os objetivos sendo definidos, suas integrantes passaram a investir tempo, energia e dinheiro para estudar o assunto. Adriana relata que este processo tem sido bastante criterioso e segundo ela, não chega a ser nenhum exagero atribuir às frequentadoras a condição de boas entendedoras do assunto.

Atualmente, das oito fundadoras da confraria, restam quatro delas, a própria Adriana; Erica Marcatti, Alessandra Miquilini e Renata Tonelli. “Algumas saíram, outras chegaram. Fixamos um número máximo de 15 participantes”, explicou.

Durante os encontros, não raramente, o grupo cotiza o custo de vinhos diferentes, rótulos mais raros e cujo preço também  costuma ser mais salgado. “Faz parte do processo de aprendizado. Significa conhecer uvas diferentes, que não encontramos em rótulos de supermercado. Vinhos de países não tão comuns na produção de vinhos, como da Geórgia, Turquia, por exemplo. Mas já tomamos vinhos complexos como  o Tokaji (húngaro) e o Brubelllo de montaltino (italiano)”, relatou.

Família

O Tribuna quis saber como a família reagiu à novidade. Adriana disse que a atividade permitiu que as participantes se desligassem um instante da rotina do dia a dia. No caso dos maridos,  segundo ela, todos eles dão a maior força. “Eles nos apoiam, com base, principalmente, no fato de que nós nos dedicamos a uma atividade que agrega conhecimento, atrai amigos e nos permite interagir com um universo frequentado por pessoas que compartilham do mesmo tipo de encantamento pela bebida”, completou.

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