Um grupo de pessoas aqui da cidade se movimenta para que o ano de 2024 seja de consolidação para a abertura de um maior espaço em Itapira que permita ampliar a difusão do chamado movimento Hip-Hop, de onde se originam ritmos como o rap, o trap e também o funk, além do break (dança), do grafite, ritmo e poesia.

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O Hip-Hop é um movimento cultural nascido no início dos anos 1970 em grandes cidades americanas a partir da mobilização da comunidade afrodescendente daquele país, e que ganhou o mundo. No
Brasil, o movimento tem como marco o lançamento do disco Hip Hop Cultura de Rua, em 1998, que reuniu nomes como mestre Athaide, o DJ Hum e MC Jack.

Na última segunda-feira,15, o TRIBUNA DE ITAPIRA recebeu um grupo de pessoas que está trabalhando para que o movimento tenha maior divulgação e, principalmente, apoio da municipalidade. Participaram da conversa Adriele Marcatti, a “Ruiva do Trap”; Michel Jackson Machado, 39; o rapper Thiers Henrique Scoton, 26; e o cantor e compositor Lucas Tiago Oliveira da Silva, de 42 anos.

Em linhas gerais, explicaram que na cidade já existe um movimento, denominado Voz Comunitária, criado para ajudar a difundir a cultura Hip-Hop e que incentiva a realização de eventos pontuais, como por exemplo, “batalhas de rima”. “Importante destacar que se trata de um movimento que procura valorizar o aspecto cultural deste tipo de iniciativa sem nenhum tipo de apologia a manifestações que contrariem o bom senso ou às normas legais”, colocou Lucas. Ele acredita na existência de grupos organizados dentro da sociedade, inclusive na atividade política, que agem de forma a deturpar o movimento.

Apoio

Os ativistas colocam que pretendem acompanhar mais de perto os encontros do Conselho Municipal de Cultura, na qualidade de observadores, na tentativa de fazer com que o movimento ganhe uma atenção maior da área da Cultura. “Na semana da Consciência Negra (novembro do ano passado) tínhamos sido incluídos em uma programação oficial no Parque Juca Mulato e praticamente nas vésperas fomos informados de que não participaríamos mais e nos deram como opção a Concha Acústica”, comentou Michel.

Tratamento diferente, segundo o grupo, daquele dado pela direção de duas escolas estaduais, Orlando Dini e Benedito Flores de Azevedo, que acolheram o grupo Voz Comunitária na mesma ocasião, no vácuo dos festejos do Dia Nacional da Consciência Negra “com uma repercussão enorme entre os alunos”, segundo comentou o próprio Michel. O evento da Orlando Dini foi organizado pela Secretaria de Promoção Social, que elaborou uma agenda de festejos em vários bairros da cidade. Na ‘Benedito Flores” foi organizado em evento com manifestações culturais da própria comunidade e o grupo foi igualmente convidado a apresentar o trabalho dos artistas os quais representa.

Thiers, que é cantor, compositor e produtor de rap, falou da importância do evento “batalha de rimas”, que é muito apreciado por jovens de diversas regiões da cidade, para a popularização do movimento. A “batalha” ocorre todos os domingos, a partir das 19h00 junto à pista de skate do Morro do Penhão. “É um evento que aglutina os jovens e tem o poder de revelar talentos”, defendeu.

Adriele colocou que além do rap e do trap, o funk é um ritmo que possui na cidade muitos apreciadores e que o movimento iniciado para dar maior importância às manifestações artísticas provenientes deste tipo de componente cultural aqui em Itapira, beneficia também seus aficionados, sem a preocupação de fomentar, segundo ela, a rivalidade entre os fãs dos diversos ritmos. “Existe todo um potencial criativo pedindo passagem, que só precisa de um pouco mais de incentivo para se consolidar aqui na cidade”, completou Lucas.

Cultura

A reportagem ouviu a Secretaria de Cultura e Turismo a respeito da cobrança feita pelo coletivo Voz Comunitária por mais apoio ao hip-hop. Em nota, a Secretaria afirmou que dialoga com todos os movimentos culturais.

“A Secretaria de Cultura e Turismo apoia todas as manifestações culturais do município e está sempre aberta ao diálogo com todos os artistas. Os pedidos para uso de locais públicos ou de outros tipos de apoio a eventos devem ser protocolados na Prefeitura e as solicitações são atendidas de acordo com o que permite a legislação vigente e também o orçamento da pasta.

Sobre a participação dos artistas em eventos organizados pela Prefeitura, também é necessário que eles estejam devidamente cadastrados e possuam toda a documentação exigida. Os detalhes podem ser conferidos no link https://itapira.sp.gov.br/secretarias/cultura-e-turismo/46 no campo “Cadastro de Profissionais da Cultura” ou diretamente no link https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSc30X1cjkYwp–76Zi4_BiAkm31WS9rCJju3aVhFYxzzJRUow/viewform.

Esclarecemos ainda que os eventos alusivos ao mês da Consciência Negra, em novembro de 2023, que foram organizados pela Prefeitura tiveram à frente à Secretaria de Promoção Social e nenhuma ação foi realizada no Parque Juca Mulato e nem na Concha Acústica. Em novembro, no dia 19, o Parque estava reservado para o Circuito Sesc de Artes, porém devido à chuva o evento acabou sendo transferido para o Ginásio do Itapirão”.

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