O biólogo e diretor da Secretaria de Meio Ambiente, Anderson Martelli, teve um artigo científico publicado na Revista Teológica Doxia. Em sua obra, Martelli aborda o tema dos “Impactos da oração sobre o cérebro humano”.

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Segundo consta, a “ciência reconhece através de estudos e exames de imagem que a oração interage de forma significativa sobre o tecido cerebral favorecendo demais estímulos corporais, sentimentos afetivos e a maneira como lidamos com as mais diversificadas situações de nosso dia a dia”.

O estudo teve por objetivo relatar os impactos da oração sobre o cérebro humano. A pesquisa, realizada a partir de uma revisão da literatura especializada e dos livros que compõe a Bíblia Sagrada, mostram que a oração assume uma posição de preservação a vida, ajudando nas situações variadas da vida humana, como a área financeira, emocional, conjugal e saúde.

“Durante esse ato ocorre uma ativação de regiões específicas, como o córtex pré-frontal medial e o córtex cingulado posterior e anterior, partes normalmente relacionadas à autorreflexão, mas com ligações também com a empatia. Também favorece a liberação de neurotransmissores relacionados com o prazer e bem-estar geral, como endorfina e dopamina, o que explica a sensação de paz trazida pela oração, o que ajuda na redução do estresse e ansiedade. Dessa forma, a oração deve fazer parte da vida de todo cristão”, descreve a publicação de Martelli.

Histórico

É descrito no artigo de Martelli que a oração tem sido utilizada desde os primórdios da criação como instrumento de cura. No período da Renascença, houve uma separação entre religião e medicina que perdurou aproximadamente até a década de 1960, quando estudos epidemiológicos começaram a mostrar que pacientes mais religiosos e que exerciam sua fé cristã apresentavam melhores desfechos clínicos que os que não praticavam uma religião.

A oração ao longo dos tempos passa a ser um caminho para que o ser humano consiga estar mais próximo de Deus e entenda que seus pedidos, desejos e agradecimentos possam ser atendidos e que para que isso ocorra precisa que esse estímulo seja cultivado e regado. Segundo a Bíblia Sagrada “Os olhos de Deus estão sobre os justos e os seus ouvidos estão atentos a suplicas deles; mas o rosto de Jeová é contra os que fazem coisas más” (Bíblia Sagrada, 2011; 1 Pedro 3:12).

“Estudos atuais revelam que a oração têm um poderoso efeito sobre o processo de cura das pessoas. Quando feitas com regularidade, tanto a oração quanto a meditação aumentam a atividade cerebral funcionando como um “treino físico” para a mente e resultando no desenvolvimento cerebral e mesmo na cura de várias doenças”.

Segundo Martelli, “está muito bem descrito que nenhum ser humano gosta de passar por momentos difíceis e/ou de tribulação principalmente na área da saúde, porém, esse tempo de sofrimento e dificuldades coloca a prova nossa fé e esperança e devemos ter a concepção que Deus está conosco nesses momentos difíceis e se confiarmos em Deus até o fim, ele trará vitória e consolação diante das situações impostas e a oração seria um meio de conexão entre Deus e nós, seres humanos”.

Resultados

Para a composição do artigo, Martelli buscou informações em diversos dados científicos, a partir de um levantamento bibliográfico, em dezenas de trabalhos.

O cérebro é o mais apurado dos órgãos capaz de refletir as complexidades e os emaranhamentos do mundo que vivemos. Centro da inteligência, memória, consciência e linguagem, o cérebro controla, em colaboração com outras partes do encéfalo, as sensações e os órgãos efetores, ele é o ponto mais alto da nossa concepção, o único órgão consciente da sua existência. Assim, inúmeras pesquisas apontam a oração como grande benefício para esta estrutura e para a saúde de nosso corpo.

Cientistas do Hospital Universitário Brigham para Mulheres, da Faculdade de Medicina de Harvard, através de exames de imagem conseguiram descobrir que existe um circuito cerebral especifico diretamente ligado à fé. Este circuito cerebral está centrado no cinza periaquedutal (PAG), uma região do tronco cerebral que tem sido implicada em várias funções, incluindo condicionamento do medo, modulação da dor, comportamentos altruístas e amor incondicional. Os resultados sugerem que a espiritualidade e a religiosidade estão enraizadas na dinâmica neurológica fundamental e profundamente entrelaçadas em nosso neuro tecido.

Estudos verificaram aumento do fluxo sanguíneo em certas áreas cerebrais durante a oração. Por outro lado, outros estudos verificaram que a oração profunda gera uma redução na atividade no lobo parietal, na parte mais traseira do cérebro, que poderia explicar os sentimentos de transcendência reportados por quem ora profundamente. À medida que a atividade nessa área diminui, perdemos o senso do eu individual e temos esse senso de unidade, de conexão.

“Quando oramos acontece uma mudança no cérebro, a mudança de comportamento e de concentração trazendo uma sensação de tranquilidade e acalanto no coração, uma cascata de neurotransmissores é liberada neste tecido incluindo a dopamina que regula o centro do prazer, serotonina que reduz o estresse e norepinefrina que ativa a resposta de luta ou fuga”.

Segundo Martelli, “pela Fé podemos ver a noite escura e ter esperança que o amanhã vai raiar trazendo um sol quente e crescente. Deus não erra a sua hora em nossas vidas. Se temos essa convicção no coração podemos descansar no Senhor”.

“Entender a dinâmica entre o cérebro e práticas como a oração mostra como somos complexos e como nossas experiências espirituais são influenciadas por múltiplos aspectos de nossa vida. Como cristãos, só ao nos aproximar de Deus e ter uma interação real é que podemos manter um relacionamento e obter a obra do Espírito Santo. Através da oração, o nosso coração é capaz de se aquietar diante de Deus, de contemplar sua Palavra, de buscar sua vontade e estabelecer um estreito relacionamento com Ele”.

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