Embora detalhes do Censo 2022 ainda estejam sendo compilados pela direção geral do IBGE – que se limitou até agora a divulgar dados relacionados à contagem populacional – o TRIBUNA DE ITAPIRA apurou que ao final do levantamento feito na cidade, em abril desse ano, foi estimado que o município possui cerca de 9,11% de seus imóveis domiciliares desocupados.

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Em “tradução literal”, significa dizer que em Itapira, possui cerca de 2.500 imóveis sem moradores. Segundo dados do SAAE, o total de ligações de água em endereços residenciais atingem atualmente na cidade, cerca de 27.000 delas. Via de regra, o IBGE dá importância a esse tipo de levantamento, para estimar, por exemplo, a migração de moradores de uma cidade para a outra. Trata-se de uma informação que costuma causar controvérsias. Em Itapira, não é diferente.

O engenheiro Antônio Carlos Marcati, da Marcati Construtora, empresa responsável pela incorporação de diversos empreendimentos imobiliários para diferentes faixas salariais ao longo das últimas décadas, desconfia da informação. “Acho que se trata de uma informação que precisa ser melhor detalhada. Não acredito que hajam tantas construções desocupadas da forma como foi projetado, principalmente levando em conta os imóveis residenciais”, deduziu.

Marcati chama a atenção para o mercado de aluguéis, mencionando que até mesmo construções de alto padrão tem atraído a atenção de eventuais interessados que podem se dar ao luxo em bancar aluguel na faixa de R$ 3.000,00. Quando o foco passa para os imóveis de apelo popular, a situação, segundo ele, é mais complicada.  “Nos conjuntos residenciais populares, não creio que tenha casa para alugar”, ponderou.

O recém nomeado secretário de Desenvolvimento Econômico do município, Celso Tadeu Pelizer, avalia que as informações do IBGE precisam ser melhor compreendidas dentro de um contexto mais amplo. “Precisamos ter uma ideia do tipo de metodologia que foi usada para poder ter uma ideia mais transparente de como o órgão chegou a esse índice”, ponderou.

Profissional da área fiscal e de lançadoria do município desde 1982, Pelizer acumula uma indiscutível experiência no assunto. Ele se fia numa informação prática para discordar do total estimado de imóveis residenciais desocupados, baseando-se nas correspondências enviadas a responsáveis de imóveis pela EBTC (Correios). “Posso assegurar que num universo, por exemplo, de 7.000 correspondências enviadas, cerca de 1% retorna como ‘destinatário não encontrado’”, comparou.

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