O Memorial Cristália, espaço que conta desde a história dos fundadores até as principais inovações alcançadas pelo Laboratório Cristália, empresa itapirense que completou em março desse ano 50 anos de história, valoriza o legado que vem sendo deixado para as futuras gerações e que envolve conquistas e grandes descobertas para a área farmacêutica. A reportagem do Tribuna de Itapira foi convidada para conhecer o acervo, que está instalado no Complexo Industrial Para a Saúde, na planta farmacêutica às margens da rodovia SP-147 (Itapira-Lindoia).

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Inaugurado em 23 de setembro de 2021, é possível encontrar no local a trajetória de vida pessoal e profissional dos fundadores, Ogari de Castro Pacheco e João Maria Stevanatto, bem como uma linha do tempo com os destaques da empresa, galeria de prêmios como o de melhor indústria farmacêutica do país de 2021, principais inovações, patentes, evolução tecnológica e uma maquete do complexo industrial. As galerias contam com objetos históricos, fotos, vídeos e dois bustos extremamente realísticos de Pacheco e Stevanatto, que se conheceram trabalhando no Instituto Bairral de Psiquiatria e tiveram a ideia de montar a Clínica de Repouso, que foi onde se iniciou a produção dos primeiros medicamentos para suprir a própria demanda da clínica.

No memorial também é possível encontrar réplica exata do chão e parede do prédio que abrigou os primeiros momentos do laboratório, assim como a lista original de medicamentos produzida, que naquela época ainda era bem modesta. Hoje, o Cristália é pioneiro na realização da cadeia completa de um medicamento, desde a concepção da molécula até o produto final. Possui 119 patentes em nível mundial, sendo recordista nacional. Em anestesia, e produção de IFAs é líder de mercado na América Latina. O Grupo conta com cerca de 5,6 mil colaboradores, considerando as empresas coligadas.

Um dos destaques do momento e que está exposto no memorial, é a molécula Polilaminina, descoberta pelos cientistas da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) em parceria com o Cristália e que mostrou eficácia na multiplicação de células cerebrais (os neurônios) e medulares, permitindo tratar em larga escala pessoas com doenças degenerativas ou com paralisias decorrentes de lesões na coluna. Segundo Pacheco, em entrevista à revista Isto É Dinheiro, essa será a maior descoberta da ciência em décadas e também o seu maior legado deixado para a humanidade. Ainda sem nome comercial, o Laboratório Cristália aguarda o aval da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) sobre o medicamento, o qual a empresa investiu mais de R$ 100 milhões na pesquisa.

Aos que visitam o memorial, é possível observar parte da produção da empresa. A área industrial e os visitantes ficam separadas por um vidro de proteção, mas é possível ver perfeitamente parte do envase dos medicamentos, realizado de maneira automatizada, e os grandes tanques de tratamentos das águas utilizadas pela indústria.

Nesse aniversário de cinco décadas de existência, o Cristália anunciou investimento de R$ 1,1 bilhão para expansão de sua atividade no Brasil e exterior. No ano passado, o laboratório faturou R$ 3 bilhões e contabilizou Ebtida (sigla em inglês para lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 1 bilhão. Fabricante de 80% de todos os anestésicos consumidos na América Latina, com a pandemia a companhia multiplicou a produção de kits anestésicos de quatro milhões para mais de 19 milhões por mês, em vista que a empresa produz 24 dos 30 medicamentos que compõem o chamado kit intubação.

Fotos: Tribuna de Itapira

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