O ano de 2023 termina com uma pendência ambiental que até o presente momento resulta apenas em uma advertência da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente (SAMA) à CPFL, a distribuidora local de energia elétrica. Os problemas apareceram na penúltima semana do ano, mais especificamente no dia 21 de dezembro, uma equipe da Companhia, foi deslocada para podar árvores existentes na rua José Arthur Miranda da Silva, no Nosso Teto.

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Muitas destas árvores tinham ramificações encostando na fiação e era iminente a necessidade da poda dos galhos. As dificuldades surgiram quando alguns moradores se posicionaram contra a forma com que o serviço foi realizado, utilizando uma técnica conhecida nos meios de proteção ao meio ambiente como “poda radical”, onde se elimina todos os galhos.

“Detonaram nossas árvores”, afirmou a dona de casa Rosana Aparecida Cardoso da Cunha. Residindo no local há pelo menos 30 anos, dona Rosana contou que em frente sua casa e em uma boa extensão da avenida, foram plantadas árvores conhecidas como “Chapéu de Praia”, famosas por permitirem uma sombra generosa.

“O problema com relação à proximidade dos galhos com a fiação elétrica era visível, e necessitava de correção. Eu mesma já havia ligado diversas vezes na CPFL para reclamar uma providência, especialmente por causa dos temporais, quando era comum sair faíscas da rede. Mas demoraram muito para vir. E quando vieram, fizeram um trabalho muito ruim”, protestou.

Dona Rosana informou ainda que além dela, diversas vizinhas ficaram indignadas com a forma com que a poda foi realizada. A fiscalização da SAMA foi acionada e foi ao local na quinta, dia 21.

Segundo o servidor e um dos responsáveis pela emissão de laudos para supressão de árvores, Fábio Giovelli, foi constatado que a poda foi feita de maneira irregular, em desconformidade com o código de arborização do município e que diante do quadro encontrado, o órgão autuou a Companhia.

“Nossa equipe esteve no local e constatou que a poda foi feita em desconformidade com o Código de Arborização Urbana. Diante da constatação, foi elaborado um relatório de Auto de infração Ambiental, com a aplicação de notificação e advertência para que a Companhia se manifeste, com prazo de 05 dias úteis para interpor recurso de defesa”, registrou Giovelli.

O TRIBUNA DE ITAPIRA apurou ainda que existe uma pré-disposição das autoridades ambientais do município em costurar um acordo de compensação com a CPFL, que envolveria o plantio de árvores nativas de pequeno porte no trecho onde estão os ‘chapéus de praia’.

O Outro Lado

O TRIBUNA DE ITAPIRA ouviu a CPFL a respeito do problema. Por meio de uma nota, a companhia informou que a poda era necessária. A assessoria de comunicação da empresa assegurou ainda que foram observados critérios técnicos na execução do serviço. Veja o que disse a nota:

“A CPFL Paulista informa que equipes foram enviadas ao local mencionado para realizar uma poda de livramento de rede em caráter emergencial. A ação se fez necessária devido a identificação de risco iminente à segurança da população e ao fornecimento de energia elétrica da região.  A empresa informa ainda que está em contato com o órgão ambiental responsável para prestar todas as informações referentes a execução do trabalho em questão.”.

Fotos Paulo Bellini/Tribuna

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